terça-feira, 28 de novembro de 2006

Ecovia acaba... e pronto?

Desculpem-me ser monotemático, mas confesso-me verdadeiramente chocado com a falta de reacção a uma catástrofe como o desmantelamento da Ecovia.
Experimentem pôr no Google "Ecovia Coimbra" e vão encontrar dezenas de artigos científicos internacionais sobre o sistema de park and drive conimbricense, elogiosos e apontando como exemplo a seguir na generalidade das cidades do mundo.
Acabar com ela parece-me um erro crasso, e essa é opinião generalizada. Mas o que me deixa completamente atónito é não encontrar protesto em lado nenhum! As pessoas que utilizam o serviço vão olhando para os mini-bus com ar triste e comentando "É aproveitar enquanto há...". Mas onde está o espírito revolucionário? Onde está a revolta? Ninguém se insurge? Não se faz nada?

Depois de muito perguntar isto, descobri que está na Biblioteca Geral da Universidade, no largo da Porta Férrea, um abaixo-assinado protestando contra este irracional desmantelamento. Quem puder, que participe.
Além desta iniciativa, não descobri mais nada.

Onde estão as associações cívicas quando precisamos delas? E as associações de comerciantes da Baixa? Não vão perder clientela com o fim da Ecovia? E a Universidade? Não faz nenhum protesto formal?
Serei só eu quem está revoltado???

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

As novas inaugurações conimbricenses.

O Presidente da República esteve ontem em Coimbra a inaugurar alguns equipamentos públicos e obras de requalificação da cidade, no que toca à sua relação com o Mondego.

1. Ponte Pedonal Pedro e Inês: Da autoria de Cecil Balmond (autor também da ponte do milénio em Londres, sobre o Tamisa), a Ponte Pedonal e de Ciclovia é uma estrutura totalmente em aço com 275 metros de comprimento total e 4 metros de largura. No centro, no meio do rio, uma “praça”, um miradouro de descanso, de pausa, de meditação.

Apoiando-se num
arco central com 110 metros de vão e que se eleva a 10 metros sobre a água, a nova ponte é anti-simétrica em cada meio-arco relativamente ao eixo longitudinal, coincidindo estes, no centro do Rio, numa extensão de 12 metros e permitindo deste modo a criação de uma praça com 8 metros de largura.

O efeito está bonito, colorido (não consegui fotos, ainda), e parece abrir as portas à margem esquerda que, assim, se torna um bom destino de passeio, revalorizando o Mosteiro de Santa
Clara-a-velha e a Quinta das Lágrimas.



2. Estátuas Pedro e Inês: Na margem esquerda, à saída da ponte pedonal, inaugurou-se um conjunto escultórico dedicado a Inês de Castro da autoria de dois artistas plásticos espanhóis e três portugueses. Inês, memória e futuro; Inês, rainha viva; Inês Pedro e o Mondego; Inês e Pedro, a paixão e Lágrimas de Inês são os “temas” das estátuas que resultaram do Encontro Ibérico de Escultores realizado no âmbito das comemorações dos 650 anos da morte de Inês de Castro, promovido pela Câmara Municipal de Coimbra. Foi ainda implantada a “Lágrima de Inês”, um “rio de sangue” e o plano da Fonte dos Amores, revestidos a mosaico cerâmico.

Sabe bem perceber que à saída da nova ponte já há onde passear, num jardim atractivo que fica contíguo ao recuperado Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e à Quinta das Lágrimas.
Só é de lamentar que José Miguel Júdice tenha cedido ao sabor do dinheiro e haja deixado a "sua" Quinta das Lágrimas no meio de uma urbanização que, aposto, lhe rende muito dinheiro, mas belisca o magnífico palácio que é, para todos os portugueses, o símbolo do verdadeiro amor.

domingo, 26 de novembro de 2006

A vida de David Gale

The life of David Gale, traduzido para português como Inocente ou culpado?, é um filme do Alan Parker, interpretado por Kevin Spacey e Laura Linney (mais pormenores em http://www.imdb.com/title/tt0289992/).
O filme é de 2003, mas eu só o vi agora.
Recomenda-se!
A película trata do tema da pena de morte no sistema americano, da sua crueldade e das suas falhas.
Mas, é acima de tudo, muito, muito original e muito para lá do habitual last minut savement. As interpretações daqueles dois actores são soberbas e há muito tempo que não via um argumento tão bem escrito.
Claro que, para mim - e isso o filme não aborda - independentemente da questão dos injustamente condenados à pena de morte, a questão é: filosoficamente, pode o Estado dispôr da vida dos seus cidadãos?

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Um escândalo... Afinal os Clubes de Futebol não pagam IMI.

"O Governo, em coordenação com o grupo parlamentar do Partido Socialista (PS) recuaram e, afinal, os estádios de futebol já não vão pagar Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em 2007 caso, como se espera, as sugestões de alteração à proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2007 entregues pelo PS sejam aprovadas."

Público on-line,
24.11.2006

Isto revolta-me. Sacrifícios só a alguns? Mas que têm os clubes de futebol a mais que os outros contribuintes? Ah, é porque se faz desporto. Pois é, mas faz-se desporto em milhares de pavilhões, onerados com o IMI. Os teatros pagam IMI. Pagam todos. Menos os clubes.
Mas o dinheiro vai ter de aparecer. De onde? Do mesmo sítio que paga as SCUTs de alguns, os abortos de algumas e os transportes de outros: da classe média.

Isto sim, é socialismo... Tirar aos pobres para dar aos clubes de futebol!

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Comboio da discórdia

Parece que o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomaz, aproveitou a conferência anual da Ordem dos Economistas proferir algumas declarações sobre os resultado "insatisfatórios" que considera ter obtido na luta contra a fraude fiscal.
Entre outras coisas, João Amaral Tomaz, culpou os tribunais pela lentidão no combate à fuga aos impostos, afirmando que o esforço da administração "acaba por esbarrar numa justiça excessivamente lenta, que tarda em sancionar os criminosos", chegando mesmo a comparar o combate à fraude fiscal a "um comboio com várias carruagens", em que uma delas — a da justiça — "atrasa as outras".
Afirma ainda o referido Secretario de Estado que "quando não há uma sanção rápida, fica-se com a ideia de que o sistema não funciona, o que, por si, constitui um estímulo ao incumprimento".
Confesso que me faz alguma confusão ver os Tribunais atacados desta forma por outros orgãos de soberania. Quem ouvir estas declarações até corre o risco de ficar a pensar que não era um membro do governo a falar, mas um membro de um partido da oposição.
Será que não há nada que o Sr. Secretário de Estado possa fazer para corrigir essa situação? Este discurso do "estou de mãos atadas" é mesmo o mais correcto por alguém com estas responsabilidades? Ou seria antes de esperar uma postura coesa, em que os membros do governo actuam e falam como membros da mesma equipa?

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Cara Lavada!

Um ano e meio depois (sim, começámos mesmo em Abril de 2005...), é chegada a hora de uma renovação estética.
Tentei não alterar o esquema de cores mas apenas dar ao nosso devaneios e desabafos um aspecto mais moderno.
Mariana e Roque: se não gostarem, não se hesitem em dizer que voltamos já ao esquema anterior!

PS: Há muito tempo que não temos uma daquelas acesas discussões. Deve ser da idade, começamos a concordar todos uns com os outros... É a esquerda a acomodar-se e a aperceber-se que a razão estava à direita... hehehe!

Oops, mais um equivocado!

Alguém tem que explicar ao Jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho o que são e, não são, as funções de um jornalista.
Eis ao que me refiro:
Rodrigo Guedes de Carvalho, hoje, no JOrnal da Noite na Sic, dirigindo-se ao empresário José Veiga:
"Bem, mas o senhor diz acusa, tem que apresentar provas e ainda não me apresentou provas nenhumas!"
Mais elucidade, respondeu o empresário:
"Apresentar provas? Eu hoje já disse o que tinha a dizer ao Juiz".
Pois!

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Desilusão

Andam aí a noticiar que este ano não há Festa da Música!
E ainda por cima por falta de verbas.
Para quem como eu, tentou, e não conseguiu, comprar um único bilhete para a - este ano, luxuosa - programação da Fundação C. Gulbenkian (porque foi tudo com as assinaturas e outros...) esta notícias é mais um "balde de água fria".

O mais original argumento a favor do aborto que já vi.

José Alves Pedro, um militante do PS, no recente congresso socialista realizado em Santarém: "Venho de uma família de dez irmãos e tenho cinco filhos. Quanto à questão do aborto devo-vos dizer que se a interrupção voluntária da gravidez fosse legal tinha tido só dois e hoje eram uns doutores. Assim tenho cinco e não são nada."

Com argumentos destes, o "não" nem precisa de fazer campanha...

Não gostava mesmo nada de ser filho deste senhor.

E agora, uma coisa que não tem nada a ver com nada.

Caros companheiros co-proprietários do blog. Não acham que está na altura de o refrescar estaticamente? Começo a achar este grafismo demasiado "normal" e gostava de mudar. Tenho a vossa bênção? (desprovida, claro, de todo o significado religioso! Longe de mim ofender-vos!!)





powered by performancing firefox

sábado, 18 de novembro de 2006

Separação de poderes

O director-adjunto do DN, Eduardo Dâmaso, assina hoje o editorial dedicado à proposta do PS - parcialmente apoiada pelo PSD - de criar comissões parlamentares de inquérito presididas por magistrados do MP, que deverão dar impulso ao respectivo processo penal sempre que no decurso dessas comissões se conclua pela verificação de indícios de práticas criminosas.
Eis o link para leitura:
http://dn.sapo.pt/2006/11/18/editorial/procurador_especial.html

Tempos difíceis estes…
Mas, não se pense que é exclusivo de Portugal ou, mais importante, que a coisa não pode piorar.
Para ilustrar o que digo em acima, transcrevo umas linhas do livro Os valores em perigo – A crise moral americana, do ex-presidente e Nobel da Paz Jimmy Carter:
Alguns dos funcionários mais conservadores de Washington demonstraram a frustração que a independência dos tribunais lhes provoca intrometendo-se à última hora no altamente controverso caso de Terri Schiavo, depois de quase 20 juízes, na sua maioria juristas conservadores nomeados pelo republicanos, terem, como quinze anos antes, recusado prolongar-lhe a vida por meios artificiais.
(…)
Furioso com os juízes, o líder da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Tom Delay, ameaçou impor o controlo legislativo dos tribunais estaduais e federais.
Ordenou um inquérito do Congresso aos Juízes e fez uma série de iradas proclamações:
“A independência dos Tribunais não significa supremacia dos Tribunais. Estas decisões não são exemplos de uma sociedade madura, e sim de um aparelho judicial descontrolado.
Durante muitos anos o Congresso fugiu ao sei dever de responsabilizar a judicatura. Acabou-se. (…) Instalámos os tribunais. Podemos desinstalá-los. Temos o poder da bolsa”.

North country – Terra Fria

O filme é baseado nos factos que deram origem a um dos mais emblemáticos processo judiciais americanos sobre assédio moral e sexual no trabalho, criando um precedente jurídico e impondo às empresas regras até aí impensáveis.
Não é um filme brilhante.
O advogado não faz, em Tribunal, umas alegações arrebatadoras, nem conduz um interrogatório irrepreensível.
As personagens não são exemplares ou modelos de virtude. Não dizem as coisas mais inspiradoras nos momentos difíceis. Não são modelos a seguir, nem fizeram sempre as melhores opções.
É, afinal, sobre a maioria de nós. Por isso, gostei do filme.
Exemplar no filme, só a coragem das personagens interpretadas pela (fantástica) Charlize Theron e pela (impressionante) Francês McDormand (aliás, nomeada neste papel para melhor actriz secundária).

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Publicidade que se justifica pelo tema

Eis um excerto de um post do blog causa nossa ( http://causa-nossa.blogspot.com/) que julgo importante:

Mulheres na política internacional
Dois extractos da apresentação que fiz anteontem no Plenário do PE do Relatório "Mulheres na política internacional", ontem aprovado:"É de salientar, como exemplo pioneiro, o governo paritário de José Luis Zapatero em Espanha. Num mundo em que a engenharia política tendeu historicamente a obstruir a participação das mulheres nos centros do poder político e económico, este é um exemplo a emular. Demonstra que a democracia paritária é possível. E ela muito depende de liderança política esclarecida". (...) "Nenhuma instituição democrática devia ter uma composição com menos de 40%, ou mais de 60%, de qualquer sexo. Quotas e outros mecanismos equilibrantes, hoje necessários para as mulheres, poderão ser amanhã necessários para os homens".
O texto integral está na ABA DA CAUSA.
A.G.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Lamentável.

Lamentável. É a única palavra que me ocorre ao ver que, ao mesmo tempo que na SIC se entrevista o Presidente da República, alguém teve o mau gosto de simultaneamente marcar uma conversa com Pedro Santana Lopes na televisão pública.
Minto. Há outra palavra que me ocorre: vergonhoso.
Primeiro porque das inverdades de Santana Lopes estamos todos fartos. Depois porque demonstra uma manobra clara de acinzentar a entrevista a Cavaco Silva

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Os unanimismos do Congresso do PS

Os congressos do PS nunca tiveram grande interesse. São sempre amorfos e demasiado calmos, sem surpresas e sem boa política.
Mas este foi especialmente maçador: um voto contra a moção do Secretário-Geral??? No PS inteiro só Helena Roseta discorda da estragtégia de Sócrates? Isto parece-me muito grave, porque tanto unanimismo só pode significar uma de duas coisas: ou não há inteira liberdade no partido por medo às represálias do líder ou pela vontade de ir buscar tachos governativos; ou o unanimismo esconde as divergências que, por decisão partidária, não devem ser trazidas a lume enquanto o PS estiver no poder.

De qualquer forma, é muito engraçado apreciar 2 coisas:
O PS é um partido que fica completamente desorientado quando está no poder: não sabe como enfrentar sindicatos, pois esteve sempre do seu lado; não sabe como resolver a contestação social, pois sempre a fomentou - veja-se o discurso de João Proença;

O PSD é um partido que não sabe fazer oposição, ficando ainda mais desorientado: não consegue contestar as medidas do Governo, pois no fundo, considera-as correctsa e necessárias.


quarta-feira, 8 de novembro de 2006

O Fim da Ecovia - A injustiça governamental nos Transportes Urbanos de Coimbra

É com desagrado e profundo lamento que assisto à decisão da Câmara Municipal de Coimbra de acabar com o serviço ECOVIA, já a partir de 1 de Janeiro. Para quem não conhece, a Ecovia é um sistema inovador que visa retirar o trânsito do centro da cidade, colmatando ao mesmo tempo as desvantagens dos transportes públicos. Assim, na cidade de Coimbra existem 6 parques de estacionamento periféricos onde se pode estacionar durante um dia inteiro por 1,75€. Por esse preço, há direito a vigilância do carro e 2 senhas para minibus (ida e volta), cuja viagem oferece a leitua do Diário de Coimbra e se opera em percursos directos, rápidos aos pontos mais problemáticos do trânsito da cidade: o Polo I da Universidade e a baixa.
Não tem a desvantagem dos autocarros e tróleicarros da morosidade e dos trajectos mais ou menos enviosados, bem como permite escapar àquele provincianismo citadino de Coimbra, através do qual não fica bem certas pessoas serem vistas num autocarro.
Criado em 2000, nestes seis anos, que conclusões tirar do serviço? Muitos carros tirados do trânsito, menos problemas de estacionamento mas muito menos adesão do que se esperaria. O que resultou nos 5,2 MILHÕES DE EUROS de prejuízo e no epíteto de Ecovazia...

Parece-me que a Ecovia é um daqueles serviços por natureza deficitários, pelo que o prejuízo por si só não devia ser suficiente para fundar a extinção de um mecanismo inovador e económico que, de facto, oferecia alternativas ao uso do transporte particular.

Mas não posso deixar de concordar com Carlos Encarnação quando se analisa que 5,2 Milhões de Euros é um prejuízo manifestamente incomportável. E que resulta, mais uma vez, da estranha injustiça governamental que paira sobre o sistema de transportes conimbricense.

Com efeito, a terceira maior rede de transportes urbanos do país não recebe um cêntimo dos cofres do Estado, sendo ainda a única cidade ibérica que maném os tróleicarros, responsabilidade histórica mas também ecológica (os trolleys são eléctricos e, assim, não poluem o ambiente) que potencia os custos.

A isto acresce a inexplicável medida do governo de suspensão das obras do MetroMondego, quando o concurso estava adjudicado e as demolições na baixa estão em curso.
O que só é mais dramático quando o orçamento de Estado gasta milhões em transferências compensatórias para a Carris, o Metro de Lisboa e os STCP. E nem um cêntimo aos SMTUC...

Isto é, Coimbra paga os seus transportes e ainda suporta os de Lisboa e do Porto.
Em consequência, está marcado um dia de luta pela rede de trasnportes urbanos em Coimbra. Rede essa que, dadas as circunstâncias, estará mais pobre a partir de 31 de Dezembro, perdendo o seu original sistema de park and drive.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Trivialidades

Já repararam que é impossível tirar um talão das máquinas da EMEL pelo tempo mínimo permitido (30 min.)?
É que para ter um talão desses teríamos de conseguir meter 28 cêntimos numa máquina que não aceita moedas mais pequenas que a de 5 cêntimos...
Eu sei que se trata de uma trivialidade, mas para quê estabelecer um limite mínimo que, dada a forma como as máquinas funcionam, é meramente formal?

Não estará na altura de abrir a pestana?

Fala-se muito em Portugal de aumentar a produtividade e a capacidade de competir com as empresas de outros países, mas, honestamente, acho que muitos portugueses (especialmente os médios e pequenos empresários) ainda não perceberam o calibre do desafio que os aguarda.
Como o Courrier Internacional muito bem retratou numa das suas recentes edições, desde à muito que a China abandonou a postura de isolacionismo e desprezo pelo que o exterior tinha a oferecer que a caracterizou durante mais de uma dezena de séculos.
Na verdade, temos o privilégio de assistir uma viragem da política deste gigante asiático (e mundial) que procura agora lançar-se, com todas as suas forças, sobre as fontes de energia e matérias-primas de todo o mundo para alimentar a sua economia que cresce a um ritmo galopante e inundar os mercados europeus e americanos com produtos chineses.
Temos exemplos dessa viragem na recente decisão da China de enviar capacetes azuis para o Líbano e nos resultados da cimeira sino-africana realizada à poucos dias em Pequim (onde foram celebrados dezasseis acordos do valor de 1,9 mil milhões de dólares!).
É verdade que o paradigma em que assenta grande parte do sucesso chinês (mão-de-obra barata à custa de uma oferta quase infinita e da ausência de direitos dos trabalhadores) tem, necessariamente, os dias contados.
Mas quando falamos de um país do tamanho da China, há que ter noção que poderá demorar muito tempo até atingir o ponto de ruptura (por força da enorme massa de chineses que procura trabalho e devido à sua postura de sacrifício em nome do bem maior) e que este gigante tem muitos exemplos por onde aprender a adaptar-se às novas circunstâncias.
Ou seja, está na altura de os países ocidentais "abrirem a pestana" porque a sua supremacia económica está, claramente, a ser posta em causa.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Condenação de Saddam

Ninguém (razoável) discute que Saddam Husein deve ser punido pelos seus horríveis crimes contra o povo iraquiano.
Mas será, verdadeiramente, um "enorme feito para a jovem democracia iraquiana" como disse George W. Bush?
Tenho algumas (para não dizer muitas) dificuldades em colocar entre as grandes conquistas de um povo a execução de alguém, mesmo que tenha sido um ditador que instilou terror e sofrimento durante todo o tempo que esteve no poder.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

2 passos certeiros no caminho para um pouco mais de descrédito do MP

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=249083

Sondagens reveladoras

De acordo com uma sondagem conduzida pelo "The Guardian", no Reino Unido, pelo "Haaretz", em Israel, pelo "La Presse" e pelo "Toronto Star", no Canadá e pelo "Reforma", no México, George W. Bush é considerado uma ameaça maior para a paz mundial do que os líderes da Coreia do Norte e do Irão.

À frente de Bush mantém-se apenas o líder da rede terrorista al-Qaeda, Osama bin Laden, sendo que apenas sete por cento dos inquiridos acreditam que o mundo se tornou um lugar mais seguro desde as intervenções armadas no Iraque e no Afeganistão.
É verdade que as sondagens não nos dão verdades absolutas relativamente ao cenário mundial, mas apenas o que as pessoas pensam do que ocorre no mundo.
De qualquer forma, não deixa de ser interessante que a intensa campanha de propaganda movida pelo presidente americano de se afirmar como o paladino da justiça contra o terrorismo e como protector da paz mundial contra a "aliança do mal" tenha conduzido, pelo menos nestes quatro países, a um efeito totalmente contrário ao pretendido.