terça-feira, 31 de maio de 2005

Especialização: Advogados e Juízes

Este post é escrito num dia em que a exasperação é bastante, pelo que, peço algum desconto, não no conteúdo propriamente dito, mas na minha exponenciada tendência para a adjectivação. É que, recebemos hoje um acórdão do S.T.J verdadeiramente lamentável!
É certo que o Direito é um todo, que blá, blá, blá, forma um sistema com princípios transversais, mas também temos que assumir, de uma vez por todas, que há ramos do direito que têm especialidades e especificidades muito próprias que exigem um tratamento e um estudo distinto. A Ordem dos Advogados já deu o primeiro passo no caminho para a especialização, ao admitir que, uma vez reunidos determinados requisitos, um advogado possa ser considerado especialista em Direito Administrativo, Fiscal ou do Trabalho.
Nada mais clarividente!
O problema é que este reconhecimento das virtualidades da especialização está longe de ser unânime entre os juizes, penso até, que essa discussão nem tão pouco está a ser feita.
Falemos agora concretamente do Direito do Trabalho.
Como ramo de direito tem passado por dois tipos de dificuldades de afirmação: até há poucas décadas era pura e simplesmente inexistente e apelidado de direito corporativo ; mais recentemente, debate-se com a tendência de alguma doutrina para ser tratado, não como ramo autónomo, mas como expressão do direito dos contratos com algumas especificidades! Os resultados disto são vários todos eles absurdos e, todos eles, no limite, prejudiciais aos cidadãos. Mas vou relatar dois:
1.º No S.T.J., os senhores conselheiros que lá estão estudaram o tal "direito corporativo";
2.º outro dia, uma (excelente) Juiz do Tribunal do Trabalho, que já lá deve estar há uns bons pares de anos, soube agora que "no movimento dos Juizes" vai subir ao Tribunal da Relação de Lisboa, mas ao que parece vai para a secção penal.
Ora, isto faz algum sentido??

sexta-feira, 27 de maio de 2005

Star Wars - Episódio III



Espectacular! Recomenda-se.
A história é muito intensa, não só nos efeitos especiais que causam sensações vertiginosas, mas também no eterno combate bem/mal.
E, mesmo sabendo antecipadamente praticamente tudo o que vai acontecer, o filme é surpreendente e cativante até à cena final.
Só tenho que fazer este reparo: é que a personagem da Padmé, uma mulher com dimensão política nos anteriores episódios, que discute a República e a Democracia, está reduzida a mulher grávida, impotente e desinteressante.

domingo, 22 de maio de 2005

Parabéns ao Benfica.

Não é segredo que preferia ter visto o FCP ser campeão, mas para vencer o campeonato é preciso ganhar jogos e não se pode cometer tantos erros. Portanto, parabéns ao Benfica que foi o justo vencedor.

E já agora, muitos parabéns à minha Naval que para o ano vai jogar com os grandes!

sexta-feira, 20 de maio de 2005

A sexualidade e a família

Nem sei o que pense disto...
http://www.forumdafamilia.com/peticao/peticao.asp
http://www.forumdafamilia.com/noticias/Mai2005/140505a.htm

Alguns dos exercícios parecem-me perfeitamente até saudáveis, como o de os miúdos ficcionarem que vão para um país onde a maioria das pessoas é homosexual (para perceberem se um comportamento é normal ou saudável porque é maioritário?), ou de terem de falar sobre tipos de famílias alternativos.
Agora há ali algumas coisas que me deixam bastante incomodado. Eu nunca falei com a minha professora sobre masturbação e hoje sou (ao contrário do que algumas pessoas pensam) uma pessoa perfeitamente normal...
Ninguém discorda que precisamos desesperadamente de mais educação sexual em Portugal, mas será este o caminho?

quarta-feira, 18 de maio de 2005

Falta de dignidade

Hoje à hora do almoço, estávamos nós na esplanada da nossa amiga "Anabela", quando somos abordados por um daqueles indivíduos que andam a vender a revista "Cais".
Educadamente, declinámos e, logicamente, o senhor prosseguiu para as outras mesas. Foi então que: um dos senhores a quem o indivíduo tentava vender a revista, pediu para olhar para ela, retirou o invólucro de plástico, folheou a revista, riu-se para o gajo do lado e disse ao vendedor: "Não quero, obrigado".
Obviamente, o vendedor ficou bastante desalentado. Para lá da questão de "estamos ou não a ajudar", e da lengalenga da cana de pesca, a cena a que assisti hoje foi verdadeiramente repugnante e humilhante para o vendedor.
Aqui entre nós, desejei que o almoço lhe caísse muito mal e que tivesse problemas de estômago e/ou outros...

terça-feira, 17 de maio de 2005

A traição das SCUT

Veio hoje a público que o Governo planeia a introdução de portagens nas SCUT.
Quem me conhece, sabe que sou o maior defensor da medida. Quem não tem carro ou quem não utiliza as autoestradas não deve ser onerado a custear meia dúzia de senhores que querem passear, sem pagar, em vias luxuosas, porque mais rápidas que as estradas nacionais. O Princípio do Utilizador-Pagador tem as maiores virtudes.
E por isso, parabéns ao Governo por ter tomado (finalmente) uma medida correcta. Sempre disse isto e não é agora que vou deixar de o afirmar.

Mas fico estupefacto, por se tratar de uma traição.
Das poucas promessas eleitorais que ouvimos ao Partido Socialista, a não existência de portagens nas SCUT foi a mais óbvia. A maior divergência com o anterior Governo.
É muito fácil, assim, ganhar eleições. Anunciar o que não se vai fazer. Quem votou no PS, votou para não ter portagens nas SCUT. E, de um dia para o outro, apaga-se tudo o que se disse? De um dia para o outro, o "país não tem recursos para custear as SCUT" (frase do anterior Ministro das Oras Públicas, António Mexia, criticada na altura pelo PS e agora repetida pelo seu Governo)?
É triste. Sendo contra, por princípio, a inexistência de portagens nas SCUT, choca-me muito mais a forma como se desvaloriza a palavra, a forma como se enganam os eleitores para chegar ao poder.

E mais! O projecto de introdução de portagens nas SCUT do anterior governo, contemplava ISENÇÃO para os residentes, aqueles que já pagam o preço da interioridade. No plano do actual governo socialista, pagam todos! As SCUT passam a ter portagens para todos! Chocante, não?

Mais uma vez, chegamos à conclusão de que o anterior governo tinha razão, o tribunal de contas tinha razão. Mas chegamos a essa conclusão através de uma política de mentira, de anúncio de falsas promessas para chegar ao poder.

Neste contexto, devemos todos lutar contra as portagens na SCUT. Não pelo princípio, que é correcto. Pela mentira, pela falta de carácter, por se enganarem os portugueses com o vil objectivo de conseguir o poder. Parabéns ao PS por ter chegado ao Governo. Mas eu sempre aprendi que os fins não podem justificar os meios. Chamem-me conservador...


Vejamos agora se a outra promessa (de não aumentar os impostos) também era uma mera manobra eleitoralista. Começam-se a ouvir rumores de IVA a 21%... se isso se verificar, terei muito a dizer...

A Volta

Red London Bus
No Público deste Domingo, a Procuradora Adjunta M.ª José Morgado dava conta ao País desse apreciado esquema utilizado pelos Desembargadores para poderem trabalhar, a tal "Volta".
Então é assim: parece que lá pela Relação de Lisboa (aquele sítio que já pressupõe alguma progressão na carreira) não há gabinetes para todos os Desembargadores isoladamente e, ao que parece, nem sequer se forem amontoados aos dois ou três.
Estas surreais condições de trabalho levam a que os Juizes optem por trabalhar em casa. E, então, qual o mecanismo arranjado pelo Tribunal para fazer chegar aos Desembargadores os seus processos?
Pois é, nada mais, nada menos que uma carrinha, tanto quanto percebi conduzida por um funcionário judicial, na qual são transportados os processos que os Juizes colocarem com a indicação "para ir na volta".
Viva, portanto, a demagogia quando se fala na redução das férias judiciais.

segunda-feira, 16 de maio de 2005

Ainda a medalha de Portas

Ou, como dirá meu amigo Afonso, mais uma portuguesinha!

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=2&id_news=171983

Freitas do Amaral pensa que é um partido.

Sei que estou bem fora do tempo, mas não posso deixar de colocar aqui uma brilhante intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros (as Comunidades Portuguesas foram ostracizadas pelo Governo Socialista) no debate do Programa do Governo.

Sendo acusado, pela bancada do CDS, de trair o partido de que é fundador e de que foi presidente 3 vezes, Freitas do Amaral responde, incrivelmente: "Não percebo as acusações dos senhores deputados. Os senhores (CDS) também já estiveram coligados com o PS, porque não posso eu estar coligado".

Resposta de Paulo Portas: "Senhor Ministro, lamento informá-lo mas o senhor não é um partido. Os partidos é que se coligam..."

Espero que alguém alerte o nosso ministro que ele não é um partido político!

sexta-feira, 13 de maio de 2005

A Medalha de Portas

Sei que esta minha intervenção teria mais lógica à laia de comentário ao post "A Medalha". Mas dado o meu estado de irritação, achei dever expô-lo aqui.

O pior que se encontra no zé-povinho, no portuguesinho, é o dizer mal por dizer, mesmo que não haja qualquer razão. A par desse fenómeno, encontramos a tendência para depreciar tudo o que é nacional: seja a importância do país, seja o peso dos seus governantes ou o peso que o Estado Português tem tido no mundo.

Eis mais um exemplo.
Paulo Portas aliou um brilhante sentido de estado a uma competência técnica a que não estamos habituados.
Em meia legislatura, fez tudo o que havia para fazer na defesa: modernização, reequipamento, pensões aos antigos combatentes, (que arriscaram a vida pela sua pátria e, por convulsões políticas, têm vindo a ser esquecidos pelo país), a que somamos o salvamento da indústria naval e militar portuguesa, revogando até decisões guterristas tendentes a enviar para o desemprego milhares de trabalhadores.

Não há nenhum militar, tenha convicções políticas da esquerda à direita, que não o afirme. Um Ministro da Defesa que finalmente aliou peso político a competência técnica, com vontade de mudar o que está mal e aperfeiçoar o que pode ser melhor.

Sendo isto unânime para aqueles que foram visados pela gestão de Portas, também foi percebido pelos Estados Unidos, aliado de Portugal.
Uma condecoração que só tem de nos honrar, porque prova como é possível recuperar, em período de contenções, um sector que sempre foi esquecido em Portugal, com prejuizo para o país.

Mas não... a esta condecoração só sabemos reagir com críticas irracionais, com desconfianças infantis e com mal dicência sem objectivos.

Cresce, Portugal! Tem orgulho naquilo que fazem por ti.
Goste-se ou não, é cada vez mais indiscutível que Paulo Portas, enquanto Ministro de Estado e da Defesa Nacional, realizou um excelente trabalho.

quinta-feira, 12 de maio de 2005

A medalha...

Admito que este post vem um pouco atrasado, mas tenho andado ocupado e não tive tempo de assimilar esta notícia.
Parece que o nosso Ex-Ministro da Defesa recebeu a Medalha para Destacados Serviços Públicos das mãos de Rumsfeld.
Isso parece-me tão surreal que nem sei por onde começar...
O que terá feito o nosso Ex-Ministro para que o Pentágono considere que desenvolveu «um trabalho de excepcional significado» para o Departamento da Defesa? Como pode este pequeno país, que tão poucos soldados colocou no Iraque e no Afeganistão desenvolver um trabalho que justifique tal condecoração?
A minha incompreensão é ainda maior quando vejo que essa condecoração foi recebida, entre outros, pelo procônsul americano no Iraque, Paul Bremer, pelo cineasta Steven Spielberg e pelo astronauta John Glenn. Independentemente da opinião de cada um relativamente ao Ex-Ministro da Defesa, parece-me indiscutível que o contributo dele não se compara aos dos restantes medalhados.
Pelo menos, o contributo que está à vista de todos...
E não se trata de criticar os portugueses mesmo quando alcançam algo, pois não considero as medalhas dadas pelos EUA algo com verdadeiro siginificado. Não posso é deixar de pensar: "Algo me está a escapar, e não acho muita piada a isso".

Parabéns, Sofiazinha!

A nossa amiga Sofia passou nos exames escritos do CEJ.
É o resultado natural de meses de estudo, dedicação, profissionalismo e empenho.
Muitos Parabéns, Sofia.

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Sobreiros

Classificando o assunto como «objectivamente desagradável», Telmo Correia considerou «não haver fundamento» para que seja pedido o levantamento da imunidade parlamentar (de que goza enquanto deputado) para que possa prestar declarações no âmbito deste processo.
«Se for solicitado, seja em que momento for e de que forma for, a minha disponibilidade é total», disse, afirmando não possuir qualquer documentação sobre o caso nem ter ainda falado com qualquer dos envolvidos neste processo.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=172847

terça-feira, 10 de maio de 2005

Hum, onde é que eu já vi isto?

Quem vos inspira?

Há uns tempos li que, nas forças militares israelitas, os oficiais avançam à frente daqueles que estão sob o seu comando, gritando "sigam-me".
Independentemente de tudo o que se pense do conflito israelo-árabe, é uma imagem extremamente poderosa. Especialmente quando nos habituamos a ver os nossos líderes, militares ou civis, confortavelmente protegidos, gritar "Em frente", como quem diz "Vai indo que já lá vou ter...".
Falo nisto porque muitas vezes me coloco esta questão: onde estão os grandes líderes da nossa época?
Já não há líderes que nos inspirem a ir mais longe, a sermos pessoas melhores ou a ser um povo mais forte. Líderes como Alexandre o Grande, César, Ghandi, Churchill, Roosevelt, Lenine, Soares, Walesa, Cunhal, De Gaule... Eu sei que a lista até pode ser polémica, mas acho que se percebe o que quero dizer. Quero referir-me a pessoas que, independentemente da nossa opinião quanto a elas e às suas convicções, souberam inspirar as pessoas a deixar de pensar nelas próprias e as levaram fazer coisas extraordinárias por algo maior que elas.
Acho que é problema que atravessa gerações, mas sinto-o especialmente na minha onde a sociedade faz tudo para nos incutir um espírito surreal de competição, e onde é tão difícil encontrar os pontos de referência. Acima de tudo, hoje, parece difícil encontrar causas que justifiquem os sacrifícios do passado, pois já nada é branco e negro, bom e mau. O mundo, talvez devido à massificação da informação, é composto por milhares de camadas de cinzento.
Não sei... Se calhar os líderes do passado eram iguaizinhos aos do presente, e é o decorrer do tempo que os faz parecer melhores do que na realidade foram.

Porque nem tudo é sério.

Sem querer desrespeitar a solenidade do post anterior, é sempre bom rir.
http://www.stupidvideos.com/Default.asp?VideoID=704

Memorial dos Judeus Assassinados na Europa


photo: Panorama view over the field of stelea November 2004





photo: Field of stelea January 2005


O Memorial é composto por 2.711 lápides de vários tamanhos, num espaço de 19 mil metros quadrados, dimensões idênticas a um campo de futebol.

segunda-feira, 9 de maio de 2005

A César o que é de César

Ora, aqui está uma boa notícia!
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=172436

Mediocridade

Eu não sei os pormenores exactos e faço este post com a ressalva de que pode não ter sido bem assim:
Parece que no Domingo, no jogo Penafiel-Benfica, não se cumpriu um minuto de silêncio em homenagem à memória do inimitável Jorge Perestrelo, por que parece que ele não cabe na definição de "agente desportivo" e, quando assim é, parece que tal homenagem só é possível se se tiver havido um fax prévio da Federação a autorizar a supra referida homenagem.
Neste caso, não houve fax, logo não houve homenagem!

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Pró menino e prá menina

Festa no Castelo da Bela Adormecida - Disneyland

Deslizes, erros e proporcionalidade

No princípio desta semana tivémos um julgamento no Tribunal do Trabalho.
A história é a seguinte: uma trabalhadora, com trabalho de qualidade, envolveu-se numa argumentação com o seu superior hierárquico. Algures pelo meio, a argumentação passou a discussão e eis se não que ela desabafou para o ar: "Foda-se. Não consigo falar com o meu Chefe".
Não quero aqui discutir o problema legal ou sequer entrar em pormenores, mas a verdade é que, no dia seguinte, repito, no dia seguinte, foi-lhe apresentada uma Nota de Culpa, com intenção de despedimento.
A trabalhadora foi efectivamente despedida, cerca de 5 meses depois.
Mas, o que verdadeiramente me impressionou é a proporção que pode tomar os erros que cometemos na vida: em plena audiência de julgamento, uma jovem trabalhadora, com desempenho profissional que deu, pelo menos, projecção à empresa, ali, exposta e envergonhada, sem conseguir, sequer, esconder as lágrimas que lhe corriam pela cara face ao peso do carimbo "despedida".
E, como alguém dizia lá pelo Tribunal: no grupo empresarial a que a entidade empregadora pertence não volta, certamente, a trabalhar!

(Meu Deus!!) Como é que disse que disse? (3)

Às vezes arranjo tempo e condições para ouvir o Fórum da TSF. Vale sempre a pena ouvir, porque conseguimos apanhar algumas pérolas de sabedoria.
Hoje até me ia engasgando quando ouvi uma senhora dizer, a propósito do caso da Vanessa, que "Os drogados deviam de ser todos esterelizados!".
É inevitável e, até, bom sinal que estes casos nos choquem e nos revoltem. O que já me incomoda é que as pessoas percam a noção das coisas ao pronunciarem-se sobre estas coisas. Se queremos mesmo resolver o problema não podemos embarcar nestas medidas simplistas e desprovidas de racionalidade que, e é isso que mais me choca, atropelam outras pessoas.
A Humanidade já demonstrou, por diversas vezes, que políticas bem intencionadas podem destruir vidas de inocentes, e por isso há que ter muita cautela com estes impulsos.
Felizmente, acho que o Portugal de hoje está bem longe de ceder a isso. Mas todo o cuidado é pouco...

quarta-feira, 4 de maio de 2005

Parabéns, Afonso!

A vida é muito engraçada...

Às vezes temos de fazer um grande esforço para não nos perdermos nos nossos objectivos. Falando profissionalmente, é muito fácil esquecermo-nos que trabalhamos para viver e não vivemos para trabalhar.
É inacreditável como facilmente abdicamos da nossa vida pessoal e particular para nos dedicarmos mais e mais, melhor e mais produndamente ao nosso trabalho.
E nem sempre nos apercebemos do que estamos a perder... quando se trabalha muito mas se gosta do que se faz, também há aí uma realização pessoal que não é negligenciável.

Mas fica tanto para trás... Os amigos, a família, os cinemas, concertos e teatros, o desporto, o que mais gostamos de fazer.
Trabalha-se para poder viver. É muito fácil esquecermo-nos que a vida não é o trabalho: é o que se faz para além dele.

terça-feira, 3 de maio de 2005

Não vos irrita...

...que sempre que fazem uma transferência bancária entre contas de bancos diferentes o dinheiro desapareça instantaneamente da vossa conta, mas só esteja disponível na conta destino passados uns dois ou três dias?
Eu fico sempre a pensar "Para onde irá o raio do dinheiro?". É que, e ajudem-me a ver se estou a raciocinar bem, se o dinheiro sai da minha conta, e não vai para a outra, para que é que o tiram de lá? Vai para algum "limbo" onde fica a aguardar o salvo-conduto do Sumo-Bancário para poder prosseguir para o território do banco destino???
Há uns tempos ouvi falar numa coisa chamada "Câmara de compensações". Supostamente, ao fim de cada dia, todos os bancos se encontravam nessa câmara e compensavam os créditos e débitos que tinham uns para com os outros.
E eu a pensar que já tínhamos tecnologia para agilizar todo processo...
Não pretendo, de forma alguma, dar guarida às habituais teorias da conspiração segundo as quais os bancos usam esse período para fazer render o dinheiro (confesso que nem percebo como o poderiam fazer, mas deve ser da minha falta de formação em economia), mas a verdade é que isto tudo dá que pensar. Não dá?

segunda-feira, 2 de maio de 2005

Como é que disse que disse? (2)

Só um pequeno desabafo...
Vi no telejornal da RTP1 uma notícia que relatava que o governo do Eng.º Sócrates ia adoptar medidas para substituir as penas de prisão mais pequenas por prestação de trabalho a favor da comunidade.
A bondade e sensatez de tal medida é indiscutível. Mas a verdade é que eu pensava que isso já existia para penas de prisão até um ano (artigo 58.º do Cod. Penal).
O que, segundo vim a perceber, vai efectivamente ocorrer é o alargamento desse regime a penas superiores e a introdução de medidas para permitir que os juízes possam recorrer a elas. Todavia, não foi isso que foi noticiado. E é essa a razão de ser do meu post. Queria apenas colocar uma pergunta: Onde começa este engano?
No conselho de ministros ou nos meios de comunicação social? Ou será que a notícia estava correcta e eu é que já não percebo nada?
É duro ser cidadão...