Dão hoje eco as notícias de um estudo elaborado por especialistas fiscais que está já em cima da mesa do Ministro das Finanças com propostas, no mínimo, bizarras. Entendamo-nos: esta notícia - será notícia? - de um estudo é, evidentemente, uma primeira abordagem à questão, que pretende pôr a opinião pública a pensar numa coisa que, supostamente, não está decidida, mas que convém ao Governo atestar as reacções que gera e "preparar" para o que aí vem - é aliás, uma estratégia que o Governo já usou noutros temas...
E eu percebo que o Governo precise de o fazer. Um documento que, segundo ouvi na TSF, sustenta (!!) que i) não é pelos impostos que se faz a redistribuição da riqueza - alguém tem que avisar os finlandeses e os dinamarqueses -, ii) que devem ser abolidas as deduções à colecta das despesas com educação e lares, etc.
Sinceramente, confesso, isto é assim: se isto viesse de um Governo de direita eu não teria, imediatamente, dúvidas em criticar estas "supostas" medidas que aí vêm, mas como isto - last time i checked - ainda é um governo socialista a minha primeira reacção é de algum benefício da dúvida, depois - não muito depois - vem a incredulidade e, imediatamente a seguir, a CRÍTICA! Porque, efectivamente, estas medidas, independentemente da origem, são más!
E eu percebo que o Governo precise de o fazer. Um documento que, segundo ouvi na TSF, sustenta (!!) que i) não é pelos impostos que se faz a redistribuição da riqueza - alguém tem que avisar os finlandeses e os dinamarqueses -, ii) que devem ser abolidas as deduções à colecta das despesas com educação e lares, etc.
Sinceramente, confesso, isto é assim: se isto viesse de um Governo de direita eu não teria, imediatamente, dúvidas em criticar estas "supostas" medidas que aí vêm, mas como isto - last time i checked - ainda é um governo socialista a minha primeira reacção é de algum benefício da dúvida, depois - não muito depois - vem a incredulidade e, imediatamente a seguir, a CRÍTICA! Porque, efectivamente, estas medidas, independentemente da origem, são más!
Mas que pré-concepção da realidade errada!
ResponderEliminarA direita é muito maios apologista da redistribuição da riqueza que a esquerda. Incomparavelmente. Vejam-se as concepções de gratuitidade do ensino ou da saúde. Num ensino gratuito para todos, todos estão a pagá-lo impostos, quer usem quer não. E mesmo quem não tem possibilidades económicas está a fazê-lo, embora em menor medida, é certo. O que resulta que um sistema gratuito é profundamente injusto socialmente.
Se o ensino ou a saúde forem financiado por quem utiliza e mediante taxas variáveis consoante a capacidade contributiva dos utentes, obviamente se adquire uma distribiução da riqueza e uma solução socialmente justa.
Assim, quem não pode, não paga. Mas quem pode custeia o serviço.
Não é, pois, o facto de ser um governo de direita que o torna inimigo da distribiução de riqueza. Simplesmente se entende (e a meu ver bem) que o caminho para lá chegar é outro...
Aceito, por isso, um pedido de desculpas... ;)
PS: Obviamente, um Governo de direia seria o último a tomar medidas deste género. Estas medidas de igualitarismo e de desatenção às despesas com lares e às condições específicas de contribuintes são típicas de governos de esquerda.
Pronto, Afonso, és de esquerda e não sabes!É claro que, e isso está na literatura de ciência-política, quem defende a redistribuição da riqueza como via para uma sociedade mais justa, igualitária e livre é a esquerda! Ainda que, e isso aceito, estejam nesta concepção influências cristãs.
ResponderEliminarA direita defende o individualismo, a economia de mercado, a mão invisível, a inexistência do EStado, o fim do rendimento mínimo garantido!
:-)
Exacto, porque são medidas socialmente injustas.
ResponderEliminarVocês (a esquerda) confundem liberalismo económico com a direita. E se é certo que muita da direita o perfilha (eu inclusive) nem toda o faz.
E o que defendi é precisamente uma política de menos Estado: o Estado só deve agir quando e para aquilo que é essencial. Por isso me desagradam sistemas gratuitos de educação e de saúde. Esta "gratuitidade" significa que todos estao a pagá-la, quer quem tem possibilidades, quer quem não tem.
O Estado deve desaparecer do financiamento desses sistemas e aparecer SIM para auxiliar quem não possa a eles aceder.
Mas só esses!
Agora, nunca vi direita nenhuma defender que os impostos devem ser pagos igualmente por todos, independetemente das condições e vicissitudes individuais!
Deixa-me recordar-te que a teoria económica do imposto progressivo vem da direita e que é sempre a direita quem defende os benefícios fiscais...