O Ministro da Segurança Social, que admiro muito, apresentou hoje um pacote de medidas que visam salvar a Segurança Social da previsível e eminente ruptura. Entre uma série de medidas acertadas mas que, diga-se, apesar de poderem protelar o colapso, não o evitam, aparece uma ideia verdadeiramente espantosa: a Segurança Social vai passar a oferecer um PPR.
Até aqui tudo bem: do ponto de vista teórico, tem lógica que os trabalhadores possam escolher depositar numa conta individual da SS uma importância que livremente escolham, a que tenham acesso na idade da reforma.
O disparate aparece no momento em que conjecturamos a aplicabilidade prática da medida. Quem, de seu juízo, vai preferir colocar as suas poupanças na SS, que todos apontam como tendendo a falir a qualquer momento, em detrimento de apostar num Banco privado, blindado à falência pelo Banco de Portugal e pelo fundo de garantia bancária?
E mesmo que assim não fosse, alguém trocaria os serviços de um banco, com empregados competentes e rapidez de resolução dos problemas, pelos balcões da Segurança Social???
Não parece. Então para quem é esta medida? Será que a SS quer caçar os trabalhadores menos esclarecidos? Mas será que o comum dos trabalhadores aceitará que o "ladrão do Estado" lhe fique com mais uma parcela do vencimento todos os meses? Não me parece.
A medida surge, assim, como um disparate completo, que com certeza nunca terá qualquer aplicabilidade prática. Dá a ideia de um pensamento irreflectido matinal do Ministro...
quarta-feira, 21 de junho de 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário