Abstraiam-se por um momento de toda as especulações que têm sido veiculadas a respeito do quadro e das eventuais implicações do quadro para a Fé catolica e limitem-se a olhar para o quadro como se o estivessem a ver pela primeira vez.
Para quem já viu ou leu o Código de Da Vinci, saltam imediatamente à vista o facto de não estar representado cálice algum, de a figura à direita de Cristo ser demasiado feminina para ser um apóstolo, de esta figura (que alguns defendem ser Maria Madalena) estar vestida com roupas de cores iguais às de Cristo, entre outras coisas.
Não tenho pretensões de trazer grandes revelações a quem lê o blog, mas queria apenas acrescentar mais dois aspectos que podem dar que pensar: a mão que parece não pertencer a ninguém e o gesto (manifestamente) ofensivo do apóstolo Pedro para com a figura que uns defendem ser o Apóstolo João (que estaria representado de uma forma muito efemininada) e que outros defendem ser Maria Madalena.
A tese de que existe uma mensagem por trás deste quadro apoia-se no facto de o génio de Da Vinci ser tal (foi ele quem descobriu como dar profundidade aos seus quadros), de ele se encontrar de tal forma à frente do seu tempo que facilmente encontraria um meio para esconder uma mensagem importante à vista de toda à gente.
Parece-me perfeitamente possível que Da Vinci tenha escondido mensagens que atacavam o cerne da Fé católica nas obras que o Papa lhe encomendou. Ele possía, efectivamente, capacidade para tal. Contudo, acho que ainda estamos muito longe de poder ter qualquer certeza a esse respeito.
E, apesar de não ser cristão, parece-me que a revelação de que Cristo era marido ou amante de Maria Madalena apenas afectaria a credibilidade da Igreja e não a força da mensagem de Cristo.
Pois claro, isso é muito bonito. Mas mesmo supondo que era verdade, porque é que Da Vinci, 1500 anos depois da vida de Cristo, ia saber com verdade absoluta que Jesus era casado e que havia um plano maquiavélico da Igreja em esconder tal facto?
ResponderEliminarPeço desculpa mas não vejo qualquer sentido nisso. Nem creio que, a ser verdade tal tese, um quadro seja mais importante que milhares de anos de historiadores e cientistas.
Além de que seria impossível, mesmo para a Igreja, guardar um segredo destes durante tanto tempo.
Até porque, a acreditar nesta tese, Da Vinci sabia... E se Da Vinci sabia, mais alguém havia de saber. E se mais alguém sabia., facilmente isto seria revelado.
Sinceramente, isto parece-me mais uma maneira de ateus e agnósticos se divertirem muito às custas dos católicos. Mas porque não arranjam outras coisas para se divertirem?
Deixem-nos em paz!
Se leres bem o que escrevi, perceberás que nunca digo que a mensagem que Da Vinci estava a tentar transmitir é verdade.
ResponderEliminarE não refiro qualquer plano maquiavélico da Igreja católica para esconder esse facto.
Neste post, e em muitos textos sobre o assunto, apenas se discute a visão de Da Vinci. Mais nada.
Mas já que falas na improbabilidade de uma conspiração, tenho de te dizer que, apesar de concordar que seria extremamente difícil guardar qualquer segredo desse calibre, acho que é possível que os eventos que nos são relatados não correspondam totalmente à verdade ou contenham omissões importantes (noemadamente quanto ao perído da adolescência de Cristo).
O que eu penso que poderá ter ocorrido, numa fase em que ainda não se podia falar propriamente em Igreja Católica (nomeadamente no Concelio de Niceia), foi uma triagem dos factos da vida de Cristo que interessava saber, afastando os que reforçariam a sua divindade. Já todos ouvimos falar nos evangelhos apócrifos e nas significativas diferenças que apresentam. Isto apesar de alguns deles terem sido escritos em data mais próxima da morte de Cristo do que os evangelhos que constam da própria Bília.
Algo que tem levado os tais historiados e cientistas a especularem direcções diferentes das tracicionais.
Quer queiras quer não a visão que temos de Cristo, hoje, foi-nos trazida por seres humanos, logo tal visão pode ter sido comprometida ou adulterada para satisfazer as suas motiviações humanas.
Mas acima de tudo quero que fique claro que não pretendo ofender a Fé de ninguém. Lá porque não sinto qualquer Fé num ser transcendental, não quer dizer que não respeito aqueles que a sentem. Só que eu gosto muito de História, e este pequenos detalhes (mesmo que seja só tentar perceber o que Da Vinci achava que sabia) interessam-me.
Só mais um pequeno ponto: A história já revelou que a Igreja Católica tem uma "queda" para guardar segredos.
ResponderEliminarUm exemplo disso foi a cruzada lançada contra os Cátaros (que hoje quase ninguém sabe quem foram). Outro pequeno episódio envolveu Jostein Gaarder que, depois de ter cedido umas cartas da ex-amante de Santo Agostinho ao Vaticano para análise, viu-se confrontado com a afirmação de que tais cartas nunca tinham entrado na respectiva biblioteca.
Mais uma vez, ninguém fala numa conspiração mundial, com agentes por todo o lado a silenciar os demasiado curiosos. Pela minha parte, falo apenas de uma certa postura, como se tivessem genuíno receio de determinadas revelações.
existem dias em que acordo e penso em ti...pq? nunca foste nada na minha vida, nunca significaste nada e no entanto por vezes acordo e penso em ti, pq?
ResponderEliminar....?
ResponderEliminarEstou contigo, Pedro:??
ResponderEliminarEste post está quente...em todos os sentidos!!!!
ResponderEliminarConcordo com a tua visão das coisas Roque!
Quando é que a Igreja católica vai perceber que quanto mais interpretar este tipo de estudos como um ataque pessoal a si mesma, mais alimentará a polémica, aguçará a curiosidade e encherá os bolsos de Dan Browns (que fez um livro de ficção - coisa que muita gente se esquece), realizadores de Hollywood e outros tantos que tais?
Ainda que a história narrada no Código Da Vinci seja notadamente uma ficção, o argumento de que não se poderia guardar um segredo desse nível por tanto tempo, não me parece proceder, uma vez que, codificados, permaneceriam ocultos do conhecimento das pessoas comuns, restando seguro nessas “organizações” secretas.
ResponderEliminarDe toda sorte, um bom exemplo da capacidade desses grandes mestres renascentistas e sua luta em preservar o conhecimento - especialmente contra os interesses da Igreja Católica, não enquanto instituição da fé cristã românico-germânica (não é a minha intenção ofender qualquer crença), mas como ente dotado de grande e influente poder político à época - é o estudo sobre um possível segredo oculto nos quadros da Capela Sistina, que consta do livro “A arte secreta de Michelangelo”.
Esse livro foi editado antes da história de Dan Brown, e apresenta uma nova e interessante interpretação sobre as pinturas do teto da Capela. Segundo os autores, um médico e um químico, todas as cenas fazem referência aos órgãos e a anatomia do corpo humano. Possivelmente, essa teria sido a forma que o gênio renascentista encontrou para perpetuar o estudo que desenvolveu sobre a anatomia humana, uma vez que, como sabemos, esta era proibida pela própria Igreja.
Não é difícil acreditar que a genialidade que concebeu uma arte tão única, na existência de um segredo que valesse a pena guardar, utilizasse-a para conservá-lo, já que não podia prever o futuro e, consequentemente, a separação do Estado e da Igreja séculos depois...
PS: se pensas nessa pessoa logo que acorda é porque, mesmo que ela não tenha feito parte da tua vida, provavelmente estás apaixonado.... Se ela vale os teus primeiros pensamentos, não vale uma atitude?
A desilusão é a percepção e integração cognitiva da ilusão… se alguém nunca entrou na nossa vida é impossível existir esse estado de paixão. Lamento mas os teus critérios de afectividade estão completamente distorcidos… talvez pela latência de uma carência afectiva, não sei.
ResponderEliminarNão embarques nessa sensação visceral matinal, a que lhe chamas paixão. Trata-se de uma desilusão, só tens de estar desperta para os detalhes e facilmente irás perceber que estás a afogar.
bem!!! mas que animação aqui vai!! =)
ResponderEliminarquanto ao código da vinci, e afins:
é perfeitamente plausível que a igreja tenha escondido, manipulado e distorcido praticamente todos os factos que hoje temos como supostamente certos. os evangelhos "oficiais" datam de cerca de 60 d.c., e não só estão censurados, como foram - como é que hei de dizer...? - "limados. sob o pretexto de4 se tornarem mais inteligíveis, mais pedagógicos, menos polénmicos, etc. e isto é aceite pela própria igreja católica.
já fui católica convicta, praticante, inclusivamente fui acolita durante 9 anos e até fui catequista. não perdi a fé num ser superior, nem a admiração por jesus cristo. mas não me identifico com a igreja católica, apesar de ter lá todas as minhas raízes; há demasiadas incongruencias, começando pelo mais óbvio: numa celebração em que se prega a solidariedade e caridade, usam-se cálices de ouro maciço, e patenas de prata pura, para já não falar de paramentos bordados a fio de ouro e custódias de várias centenas de contos. ao mesmo tempo que se condena a ostentação.
a igreja tenm muitos defeitos, porque os homens têm muitos defeitos, ok. mas, para mim, o maior defeito da igreja chama se Vaticano. quem não vive NO mundo, não pode querer ensinar e guiar o mundo.
se jesus foi casado ou não, é me indiferente (ou talvez não seja, prefiro um jesus humano, com dilemas de vida e duvidas existenciais,...), e incomoda me muito que, por exemplo, a minha mãe (e como ela, tantos outros catolicos) tenham aversão ao filme porque «querem destruir a nossa fé».
ResponderEliminarserá a fé destas pessoas assim tão fraca que se abala só por alguém discordar de uma versão da história??
parece me muito lógica a versão de dan brown. e por alguma razão a igreja se indignou e protestou, etc. quem não deve, não teme...
a opus dei existe, e o cilício ainda se usa, apesar de ser "facultativo".
o celibato dos padres e freiras tem base onde e em quê? os primeiros cristãos não eram celibatários, isso só foi implementado séculos depois (não sei precisar a data),...
dá que pensar, não dá?
ui ui muito animado. gosto especialmente das setinhas vermelhas desta pseudo-análise artística. ho gente, história da arte também se estuda.
ResponderEliminarPara melhor lidares com essa paixão angustiante pelo Roque, pensa nele como um «enólogo» com complexo de Elektra (a aplicação está incorrecta propositadamente!) sendo tu um banal «cálice» de vinho de uma casta qualquer. Peço desculpa pelo comentário mas considero-o essencial depois das barbaridades aqui proferidas.
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