domingo, 30 de outubro de 2005

Os anúncios estúpidos irritam-me.

Não estou a falar daqueles que não fazem sentido ou em que parecem mal feitos (como o do "Branco mais branco não há"), pois esses ficam na memória das pessoas. Os publicitários tinham um objectivo - chamar a nossa atenção para o anúncio e porem-nos a gozar com ele e a falar dele - e atingiram-no. E isso eu respeito.

O que me deixa fora de mim é que me tratem como se eu fosse estúpido, insultarem a minha inteligência enquanto consumidor. E, na minha humilde opinião, é precisamente isso que sucede com a última campanha publicitária da PT.

A PT decidiu fazer uma campanha em que a pedra de toque é associar os telefonemas ao sexo, através do recurso a expressões dúbias. Eu sei que, em publicidade, se acredita que "o sexo vende". Mas alguém me explica como é que desenvolver toda a campanha numa associação do acto de telefonar ao sexo ajuda a vender este produto? Qual era a necessidade? Acham mesmo que as pessoas vão pensar "se eu telefonar através da PT serei mais sexy"?

Não basta acenar a “cenoura sexual” à frente dos consumidores para que eles abarbatem todos os produtos da PT.
Somos mais inteligentes que isso!

É verdade que o desejo de comprar pode ser estimulado pressionando determinados “botões” que existem na psique de cada um, fomentando certas inseguranças. Mas trata-se de um processo que tem de ser desenvolvido com perspicácia, subtileza e destreza. Introduzir uma componente sexual numa campanha “às três pancadas” revela pouco conhecimento da tarefa adstrita aos publicitários e pouco respeito pela inteligência dos consumidores.

Pelo menos é assim que eu penso.

1 comentário:

  1. Pensando bem, tens toda a razão.
    Mas, quando vi o anúncio, confesso que ingenuamente apenas lhe achei piada. Achei que era uma brincadeira tipo: "Estamos a falar de telefonar, sua cabeça marota!".
    Não associei ao sexo o acto de telefonar...
    E, assim sendo, confesso que achei graça... Se calhar o anúncio é feito para pessoas como eu...

    ResponderEliminar