Vamos lá ver se eu consigo expor esta ideia...
Ontem fui ver um filme, “O Fiel Jardineiro”. É absolutamente brutal. O realizador da “Cidade de Deus” será, certamente, um dos maiores realizadores deste século.
Mas não era sobre o filme que queria “desabafar”. Um dos elementos principais da história era o retrato das condições absolutamente indescritíveis em que vive a maior parte das populações africanas e de como as nações (supostamente) civilizadas se aproveitam da debilidade desses povos para seu próprio benefício (nomeadamente para testar drogas experimentais a troco de apoio médico).
E, enquanto tentava digerir o que tinha visto, enquanto tentava conciliar a minha vida privilegiada com aquilo que tinha acabado de ver, cheguei à conclusão (aberta a discussão) de que a forma como uma geração lida com este tipo de situações mudou muito ao longo dos tempos.
A geração que era adulta durante os anos 40 e 50 viveu a "bênção" da ignorância e da confiança cega no Estado. A ignorância provinha da falta de informação (quer pelo controle estadual dos meios de comunicação, quer pela falta de formação da generalidade da população) e a confiança advinha da fé inabalável de que o Estado cuidava de todos nós, que sabia o que era melhor para cada um, ainda que esse indivíduo não o percebesse de imediato.
A geração dos anos 60 e 70 viveu a "bênção" da ingenuidade e da confiança nas capacidades das pessoas. Nesse tempo, as pessoas acreditavam genuinamente que era possível abandonar o paradigma dos seus pais, que era possível começar de novo e corrigir os erros do passado. Bastava a vontade de alterar o que estava mal.
Completamente diferente de qualquer destas visões é a da minha geração que se revela profundamente céptica relativamente à sua capacidade de mudar seja o que for (ou de as coisas mudarem por si só) ao mesmo tempo que é profundamente desconfiada relativamente às intenções do governo ou de qualquer outra instituição.
Não há aqui qualquer juízo de valor. Acima de tudo, e ressalvada a possibilidade de estar a ser excessivamente optimista ou pessimista relativamente a qualquer das gerações, impressiona-me que num espaço de tão poucos anos a forma de encarar estes dilemas tenha mudado tanto.
Ontem fui ver um filme, “O Fiel Jardineiro”. É absolutamente brutal. O realizador da “Cidade de Deus” será, certamente, um dos maiores realizadores deste século.
Mas não era sobre o filme que queria “desabafar”. Um dos elementos principais da história era o retrato das condições absolutamente indescritíveis em que vive a maior parte das populações africanas e de como as nações (supostamente) civilizadas se aproveitam da debilidade desses povos para seu próprio benefício (nomeadamente para testar drogas experimentais a troco de apoio médico).
E, enquanto tentava digerir o que tinha visto, enquanto tentava conciliar a minha vida privilegiada com aquilo que tinha acabado de ver, cheguei à conclusão (aberta a discussão) de que a forma como uma geração lida com este tipo de situações mudou muito ao longo dos tempos.
A geração que era adulta durante os anos 40 e 50 viveu a "bênção" da ignorância e da confiança cega no Estado. A ignorância provinha da falta de informação (quer pelo controle estadual dos meios de comunicação, quer pela falta de formação da generalidade da população) e a confiança advinha da fé inabalável de que o Estado cuidava de todos nós, que sabia o que era melhor para cada um, ainda que esse indivíduo não o percebesse de imediato.
A geração dos anos 60 e 70 viveu a "bênção" da ingenuidade e da confiança nas capacidades das pessoas. Nesse tempo, as pessoas acreditavam genuinamente que era possível abandonar o paradigma dos seus pais, que era possível começar de novo e corrigir os erros do passado. Bastava a vontade de alterar o que estava mal.
Completamente diferente de qualquer destas visões é a da minha geração que se revela profundamente céptica relativamente à sua capacidade de mudar seja o que for (ou de as coisas mudarem por si só) ao mesmo tempo que é profundamente desconfiada relativamente às intenções do governo ou de qualquer outra instituição.
Não há aqui qualquer juízo de valor. Acima de tudo, e ressalvada a possibilidade de estar a ser excessivamente optimista ou pessimista relativamente a qualquer das gerações, impressiona-me que num espaço de tão poucos anos a forma de encarar estes dilemas tenha mudado tanto.
A visão que temos vem exactamente da informação que nos chega todos os dias.Como podemos ter confiança no Estado quando este se encontra cheio de políticos corruptos? Em relação a ter confiança em nós proprios e na nossa capacidade de mudar as coisas, bem quanto a isto eu ainda tenho uma visão ingénua , ainda sou das pessoas que acredita que é possível mudar. Mas tenho plena consciência que a grande maioria não pensa desta forma, o que até certo ponto tb têm a sua razão de ser. Por vezes perdem-se as forças para remar contra uma maré tão forte.
ResponderEliminarATENÇÃO!
ResponderEliminarOs políticos corruptos estão lá porque os escolhemos...
A culpa não pode ser atirada para uns políticos que estão lá porque nós os pusemos à frente do país.
A culpa é de todos nós que cedemos facilmente na hora de votar...
O liberalismo está mesmo na ordem do dia! >)
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