Depois de uma animada conversa no último fim de semana com um ilustre escritor deste blog, apercebi-me do quão mais fácil é alguém de esquerda cair em incoerência com o que defende.
Repare-se se as atitudes dos srs. Deputados eleitos pelas forças socialistas/comunistas/maoistas:
Estamos a vê-los a andar de transportes públicos?
Não!
Estamos a vê-los a passar sem almoçar num dos excelentes restaurantes da zona de são bento, fazendo a sua refeição nas cantinas da Assembleia?
Não.
Encontramo-los a participar frequentemente em acções de solidariedade e apoio social aos mais carenciados?
Não.
Abdicam estes senhores, quando escrevem, dos seus direitos de autor, a bem da difusão da cultura e do saber?
Não.
Não podemos obviamente generalizar. Há pessoas de esquerda que actuam em consonância com o que afirmam. Mas são raras.
Não quero dizer com isto que são as pessoas de direita que têm preferencialmente atitudes louváveis como as que descrevi: não acredito!
Mas o facto de o não fazerem não assume a incoerência de quem o afirma constantemente! E, admito que esteja a ser parcial, mais vezes encontro personalidades de direita a participar em acções de solidariedade social do que pessoas de esquerda.
A incoerência destrói ideologias. Há que ter cuidado com as acções. Ninguém quererá seguir um ditado de "Faz o que eu digo, não faças o que eu faço". Onde está a igualdade?
Repare-se se as atitudes dos srs. Deputados eleitos pelas forças socialistas/comunistas/maoistas:
Estamos a vê-los a andar de transportes públicos?
Não!
Estamos a vê-los a passar sem almoçar num dos excelentes restaurantes da zona de são bento, fazendo a sua refeição nas cantinas da Assembleia?
Não.
Encontramo-los a participar frequentemente em acções de solidariedade e apoio social aos mais carenciados?
Não.
Abdicam estes senhores, quando escrevem, dos seus direitos de autor, a bem da difusão da cultura e do saber?
Não.
Não podemos obviamente generalizar. Há pessoas de esquerda que actuam em consonância com o que afirmam. Mas são raras.
Não quero dizer com isto que são as pessoas de direita que têm preferencialmente atitudes louváveis como as que descrevi: não acredito!
Mas o facto de o não fazerem não assume a incoerência de quem o afirma constantemente! E, admito que esteja a ser parcial, mais vezes encontro personalidades de direita a participar em acções de solidariedade social do que pessoas de esquerda.
A incoerência destrói ideologias. Há que ter cuidado com as acções. Ninguém quererá seguir um ditado de "Faz o que eu digo, não faças o que eu faço". Onde está a igualdade?
Não estou a perceber...será lema de esquerda comer-se em cantinas?acho que não.
ResponderEliminarPara além do mais, o facto de as personalidades de esquerda não serem vistas a participar em acções de solidadriedade social não implica necessáriamente que não prestem qualquer tipo de ajuda aos mais carenciados...talvez queira apenas dizer que não procuram que essas ocasiões sejam sempre registadas pelos media.
Quanto ao ser mais fácil encontrar peronalidades de direita em acções de solidariedade que pessoas de esquerda, parece-me sem duvida que estas a sofrer de um elevadissimo grau de facciosismo...
Honestamente, acho que o post original e o segundo coment padecem de alguma confusão relativamente ao que significa ser de esquerda.
ResponderEliminarSer de esquerda não é mesma coisa que ser a Irmã Teresa de Calcutá.
Se eu entendo que deve ser dada mais protecção aos trabalhadores, que o Estado deve ter um papel mais interventivo na economia e que deve ter uma forte dimensão de Estado-providência, isso não quer dizer que tenha de distribuir os meus bens com os pobres da comunidade.
Para ser coerente comigo mesmo, eu tenho é de estar pronto para pugnar por esses valores, pela melhoria das condições daqueles que não têm tanto sorte como eu, mesmo que eles me prejudiquem, mesmo que eu, enquanto indivíduo, fique a perder com isso.
E, já agora, Justiça Social não é a mesma coisa que igualdade absoluta. É verdade que a igualdade (absoluta) jamais existirá.
Mas se prestarmos atenção, nenhum partido pretende isso. Desde há muito que esse objectivo foi abandonado. O que se pretende hoje é a Justiça Social, ou seja, que as pessoas tenham condições de vida que reflictam o seu contributo para a sociedade, independentemente das vantagens ou desvantagens que o destino lhes lançou no caminho.
Só para concluir, a ideia de que alguém possa perder o subsídio de desemprego por recusar trabalho já existe. Tanto quanto sei, quem recusar 3 ofertas de emprego perde esse subsídio. Apesar de tudo, é uma solução de alguma razoabilidade. Mas, na minha opinião, tem de ser olhada com muita cautela, pois se o trabalhador já é a parte negocial mais fraca em situações normais, imagine-se quando corre o risco de ficar sem qualquer rendimento...
Ser de esquerda e ser coerente é estar disposto a pagar mais impostos para que evitar que os desempregados sejam completamente chantageados pelos potenciais empregadores, ou pagar mais nesses restaurantes bons para que a riqueza seja melhor redistribuída, ou a pagar um imposto para trazer o carro para a cidade.
Pelo menos é isto que eu penso.
Mais poderia ser dito, mas acho que não dignificaria o blog.
faço minhas as tuas palavras....obrigada.
ResponderEliminarCaro Roque,
ResponderEliminarGostei muito do teu comment. Acho que concluis de forma coerente e lúcida. É admirável o que escreveste.
Agora lê o que escreveste e explica-me:
1- Porque é que a esquerda criou as SCUT, que obriga quem nem sequer tem dinheiro para ter carro a pagar as auto-estradas de alguns privilegiados que querem andar mais depressa (sim, essa história que as SCUT sao so para o interior esquecido ja nao pega. Sobretudo desde que ha SCUTs Aveiro-Porto, ou Porto-Matosinhos)?
2- Porque é que tu te recusas a passar uma semana a andar em transportes públicos?
3- Porque é que foi a esquerda a condenar os aumentos salariais de Manuela Ferreira Leite, que congelaram os salarios acima de certo valor para poder aumentar realmente quem tinha rendimentos mais baixos?
O que queria dizer no blog original era isto mesmo. É fácil dizer alhos e fazder bugalhos. E infelizmente, a esquerda que mais ha hoje é a esquerda burguesa... Que apregoa redistribuição e nega ajuda ao desgraçado que nao tem pao para comer; apregoa um estado mais interventivo ao mesmo tempo que foge ao IRS, onerando com impostos as familias menos abonadas...
Isso é que é triste...
mas foi essa mesma esquera que aprovou hoje complementos para as reformas mais baixas.Assim em 2006, nenhum idoso viverá com menos de 300€/mês,sendo que esta medida que se alastrará progressivamente até outras faixas etárias, de maneira a que em 2009 abrangerá também os reformados com 65 anos.
ResponderEliminarSe era isto mesmo que querias dizer no teu post, acho que deverias ter escolhido os teus exemplos com mais cuidado. E digo isto com todo o respeito do mundo pela tua escrita. Digo-o porque já muitas vezes tive de adiar posts porque não estava nada satisfeito com os exemplos que dava.
ResponderEliminarQuanto às questões que me colocas, desde já deixa-me dizer que não tenho todas as respostas. De qulquer das formas farei o possível por te esclarecer (lol).
1 - Sinceramente, continuo a achar que as SCUTs têm um papel a desempenhar no desenvolvimento das regiões menos desenvolvidas do nosso país. Concordo contigo que as SCUT Aveiro-Porto e Porto-Matosinhos não fazem sentido. Mas isso não afasta que as SCUTs sejam uma boa medida, susceptível de ser defendida por pessoas de todos os quadrantes políticos.
2 - Mesmo que eu tivesse dito que me recusava a andar uma semana de transportes públicos (o que não é verdade), não acho que tal facto me fizesse ficar em incoerência com as minhas convicções. Pelo menos enquanto estivesse disposto a suportar o custo acrescido que me adviesse disso.
3 - Desconhecia em absoluto essa polémica, por isso não consigo tomar uma posição sem saber mais.
Mas mais importante que tudo isto, parece-me relevante sublinhar que a incoerência que tu retrataste (que eu acho que toca a todos, seja qual for a cor política) resultar de um aspecto muito positivo da esquerda.
Efectivamente, se as pessoas de esquerda caem em incoerência (e estou a falar da verdadeira incoerência, como no caso da "esquerda caviar") por colocarem a fasquia mais alta, por exigirem mais de si próprios, não me parece que o saldo final seja nada negativo.
Só mais este pequeno detalhe:
ResponderEliminarÉ impressionante ver como o uso da palavra "privilegiado" se tornou comum desde que este governo tomou funções...
primeiro: o anonimo só é anónimo porque o blogger decidiu não me aceitar a password remetendo-me ptt para este, parece-me, muito ingrato estatuto de anónima, e digo ingrato porque eu sou a autora do primeiro commente, mas já não do sexto.
ResponderEliminarsegundo: tenho no entanto de esclarecer que continuo a sustentar tudo aquilo escrito acima, por muito que isso possa aborrecer algumas almas mais exaltadas (e menos informadas - francamente quem confunde esquerda com igualdade absoluta...)de direita.
se calhar em vez de "ser de esuqerda é ser do povo, blá, blá, blá" não teria sido de todo pior acabar de ler a frase, onde quer que seja que a tenha começado a ler...quando não se acabam as frases, fica-se com ideias erradas, como aliás se pode ver pelo belissimo comment que revela apenas uma furia cega e infundada contra a esquerda, quando se tem argumentos estes devem ser utilizados, porque realmente atirar assim petardos em todas as direções só poderia dar, como se viu, mau resultado.
eu sou de esquerda, tenho um nivel de vida razoavel e não penso que isso me retire qualquer legitimidade para continuar a defender os ideais de esquerda.Nunca ser de esquerda implicou vender todos os meus bens e distribuir o rendimento pelos menos afortunados (isso é biblico...), se assim fosse a esquerda seria, sem duvida, um grupo social em vias de extinção.A ideia de justiça absoluta foi abandonada há centenas de anos, precisaente porque não é preciso ser-se um génio para perceber que quem trabalha mais deve receber mais e quem trabalha menos deve receber menos...
e já agora, em defesa do anónimo do outro comment, deixem-me só dizer que, por muito limitada que seja a medida, penso ser uma excelente medida, melhor que qualquer uma adoptada pela direita.
Ana