terça-feira, 8 de novembro de 2005

O pragmatismo

Na Visão da semana passada, Mário Soares expõe numa extensa entrevista (menos empolgante que a que deu na TVI) as razões por que considera salutar a divisão da esquerda, e que são, essencialmente, o pluralismo democrático e a assunção de ideias e convicções.
Por concordar com essas razões, é que não consigo deixar de me pasmar com este falso unanimismo na direit, que é menor no PSD mas que é extraordinariamente intenso no CDS-PP. Sim, o CDS-PP esse partido que ainda vai existindo, esse partido no qual grassam militantes e até dirigentes que não suportam o candidato Cavaco Silva, tendo alguns deles até contribuído, com afinco e empenhamento, para o seu desgaste e que agora estão “todos caladinhos”.
Realmente, é de se tirar o chapéu ao pragmatismo e falta de coerência de uma certa direita, que está convicta que nunca, como agora, esteve tão perto de “ter” um Presidente da República.

4 comentários:

  1. O ciume é coisa feia...
    O facto de a esquerda ver no Presidente da República uma longa manus do partido foi provado pelo teu discurso: nem a direita nem a esquerda "têm" presidentes da república. Estes sao personalidades, pessoas, que podem, ou nao, ser apoiadas por partidos políticos.
    A esquerda claramente não entende isso. Tanto que cada partido (ou cada facção de cada partido) apresenta o seu candidato.

    Acontece que não é assim que as coisas devem funcionar, e a esquerda sabe disso.
    Por isso, a bem de Portugal, o CDS apoia um candidato que não é o ideal para si. A diferença é que não está em causa o bem de um partido (que foi insultado por Cavaco Silva! Quem não se lembra da expressão "partido do táxi"?) mas sim o bem de Portugal.

    E é a bem de Portugal que o CDS teve a honra e o sentido de estado de apoiar aquele que é o único capaz de manter o crédito, dignidade e imagem da Presidência da República.

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  2. Oh Afonso, mas que comment tão sentido...bem,agora a sério: sentido de estado??honra??? que tal: inexistencia de candidato???a mim soa-me bastante mais realista!
    concordo plenamente que nem a esquerda nem a direita tem presidentes da repuplica...mas isso é no plano teórico ou achas que se o cds tivesse um candidato no minimo forte não o iria apoiar?
    para além do mais (e sem nunca querer defender o candidato da direita) a célebre expressão "partido do taxi" foi proferida, salvo erro, na altura de Paulo Portas, que como sabemos nunca pautou a sua conduta relativamente a Cavaco Silva por altos valores (serei a unica a lembrar-me do Independente?)

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  3. o CDS tem um candidato fortíssimo: Cavaco Silva.

    Se te referes a um candidato que seja filiado no CDS, há mais do que um que conseguiruam bem mais que 10%, pondo em causa a vitória de Cavaco.
    Queres exemplos?
    Paulo Portas;
    Bagão Félix;
    Maria José Nogueira Pinto;

    Se o não fizeram, foi a bem do país. A esquerda é que está habituada a pensar primeiro no partido e depois na nação...

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  4. Este ultimo comentário era dispensável caro Afonso....
    A grande questão é que é perfeitamente notória a falta de personalidade na direita portuguesa.
    Fui muito forte? Creio que não, se pensarmos bem é a realidade senão porque estaria tudo à espera do Cavaco (e não sei bem para quê, o homem não diz o que pensa, o que defende).

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