...assim classificou hoje, o Presidente Jorge Sampaio, as condições de trabalho de juízes, magistrados e funcionários na grande maioria dos Tribunais portugueses.
E mais: disse que compreendia a mágoa e o desânimo da classe face ao "ângulo" que o Governo escolheu para abordar a questão das férias judicias e o sistema de segurança social.
Quanto ao primeiro, disse o Presidente da República que, só quem não conhece a prática forense, pode considerar, como considerou o Governo, que as férias judiciais são férias, e não momentos em que, na 1.º instância se aproveita para despachar e decidir aquilo que a agenda diária não permite e que a ponderação, a responsabilidade e a seriedade do assunto exigem.
Quanto ao segundo, o Presidente também criticou a forma demagógica como o Governo abordou a questão, posição com a qual concordo. Mas tão só. Sinceramente, não vejo porque razão não ficarão os Juízes com o seu direito à protecção na doença assegurado se, em vez do actual sistema, "passarem" para a ADSE.
E agora perante este discurso do Presidente, eis a pergunta que se impõe: o Ministro da Justiça tem condições políticas para se manter em funções?
Mariana G. Machado