quarta-feira, 23 de maio de 2007

Tenho medo.

Confesso que tudo o que já escrevi por aqui sobre o que penso do PS e dos súcias em geral me deixou em pânico. Se for suspenso amanhã já sabem por que foi. Acho que vou ter de refrear a minha "liberdade" de expressão, atendendo à minha qualidade de agente do Estado.

8 comentários:

  1. Calma, calma.
    Para não dares o dito por não dito, é melhor aguardar para saber exactamente o que é que o sr. disse, pois já li algures que terá sido: "isto é um país de bananas, governado por um filho da P.".

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  2. 1- Sei exactamente onde ouviste isso: na RTP que, coincidentemente, é o meio de comunicação onde o controlo do Governo é mais evidente.

    2- Ainda que tivesse sido isso. Voltámos aos tempos do outro senhor em que há delito de opinião? Admito que, a ser essa a afirmação do professor, dita em privado a um colega de trabalho no gabinete do primeiro, pudesse houver lugar a um processo criminal por difamação SE a honra do sr. Sócrates se encontrasse ferida e mesmo relevando que a tutela penal das figuras públicas é menor.
    Mas um processo disciplinar com suspensão preventiva? Por amor de Deus.
    Muito pior tenho escrito eu sobre a Governação. Isso também é desrespeito ao superior hierárquico??

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  3. Nesta concordo contigo inteiramente Afonso: é inadmissível que se cerceie desta forma a liberdade de expressão, sobretudo num ambiente educativo, no qual uma das funções é precisamente ensinar aos alunos a importância dos valores democráticos!

    Que exemplo fica?

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  4. Eu tb concordo contigo, aliás, é muito estranho q o q ele disse ou não tenha vindo a público. Deve ter uns colegas muito bufod, lambe-botas que, como muitos neste país, são parasitas há espera de um qq tacho.
    É inadmissível.

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  5. Caro Afonso, ao que me quer parecer o meu querido amigo não têm um cargo de direcção na DREN, e não proferiste afirmações ofensivas a uma personagem em concreto, pondo em causa o bom nome dessa pessoa ou da sua mãe.

    Será que se tendo sido a tua maezinha a visada, terias a mesma opinião?

    Entenda-se que o senhor não foi suspenso da sua função docente mas sim do cargo de direção de que era titular na DREN.

    Se todos tivessemos o mesmo entendimento das coisas não poderia existir diálogo, nem confronto de opiniões, mas faltar ao respeito a uma pessoa não me parece ser o caminho. Se todos tivessemos passado pelas nossas forças armadas saberiamos que podemos ter a nossa opinião acerca de qualquer nosso superior hierárquico, até podemos expressar a nossa opinião acerda do mesmo, convém é não o fazer numa reunião de qualquer orgão de direcção ao qual pertençamos. Será que achas que se utilizares as mesmas expressões em relação ao reitor dessa bela instituição numa qualquer reunião dos orgãos regentes, não te acontece uma suspenção ou qualquer coisa parecida, não me parece.

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  6. Amigo Pedro,
    Lamento mas discordo profundamente da tua posição.

    1- A tutela da imagem das figuras públicas é forçosamente menor, já que a sua exposição implica obviamente que a bem da liberdade de expressão seja limitada a protecção da imagem. Mas neste caso, isso nem é necessário.
    Não sei o que disse concretamente o professor em causa. Mas ainda que possa ser entendido um insulto ao PM, nada mais era que a opinião de um cidadão sobre uma figura pública. E limitar tal direito é rasgar a Constituição da República. Não pode, em caso algum, reduzir-se o direito de qualquer pessoa dizer o que pensa do PM. É isso que consubstancia a liberdade de expressão e de opinião, inexistente até 74!!



    2- O Sr. foi suspenso preventivamente no decurso da investigação do processo disciplinar de TODAS AS SUAS FUNÇÕES.
    Além disso, fizeram cessar a sua comissão de serviço na DREN. O que consubstancia, na prática, um despedimento por razões relacionadas com o seu pensamento sobre o PM.


    3- O PM é tão superior hierárquico dele como meu. Não o é directamente mas apenas indirectamente enquanto cabeça máxima da Administração Pública onde quer eu, quer o professor em causa desempenhamos funções. Claro que eu tenho muitos outros entre mim e o sr. Sócrates, tal como ele (eu até talvez tenha menos que ele, não sei...).
    A relação hierárquica, pois, é a mesma. Significa que se eu disser, no meu gabinete, a um colega de trabalho EXACTAMENTE a mesma coisa, arrisco-me a ser sancionado.

    Respondendo directamente à tua pergunta: tenho a certeza que eu se dissesse do Presidente do Conselho Directivo o que especulativamente disse o professor em causa do PM, seria alvo de um processo disciplinar.
    E não teria nada contra se este professor fosse alvo de idêntico procedimento por ter dirigido tais afirmações à Directora da DREN, sua superior hierárquica.
    Ora, não foi isso que aconteceu. Dirigiu-se ao PM, figura pública. Não podemos, pois, comparar as duas hipóteses. O facto de ele falar do PM só se compara ao que eu pudesse dizer do PM.

    Ora:
    Até hoje, eu pensava que podia dizer o que ele disse do PM, Pedro.

    A partir de hoje, não sei.

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  7. Caro amigo, ainda bem que não tendo a mesma opinião podemos discutir ideias e tenho a certeza que aprendo sempre bastante ao ouvir a tua opinião, mas neste caso ainda não me convenceste.

    O dito senhor, pelo que estou a ver neste momento na sic noticias não disse o que se afirma, contudo outras testemunhas não têm a mesma opinião.

    Agora, o senhor não lecionava, logo qundo foi suspenso, foi suspenso sim de todas as SUAS FUNÇÕES, mas estas eram só directivas. O que eu acho é que talvez a sanção seja exagerada, mas não deixa de se uma acção que merece sanção.

    Acho tão grave como esta a declaração publica de Mário Lino quando fala acerca da OTA e diz "falo com toda a legitimidade, como engenheiro cívil, inscrito na ordem", referindo-se à polémica da não licenciatura do PM, com a diferença que é um membro do governo perante as objectivas da televisão, talvez devesse levar também um puxão de orelhas.

    O que me parece é que se está a dar a entender que foi o Governo directamente que mandou sancionar o Professor, quando é a DREN que o faz, não me parecendo que o PM tenha tempo, nem paciência para se andar a chatear com um tipo que provávelmente nunca viu na vida. O problema no meio disto tudo são os "graxas" que acham que vão estar mais perto de uma qualquer promoção por ter suspenso um tipo que teve o azar de dizer algo errado na hora errada. Acharia, sim, muito grave se a pessoa que suspendeu o pobre Professor, fosse promovido sem razão aparente...

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  8. Pedro,

    1- Uma suspensão preventiva de funções implica que a pessoa fique em casa durante o inquérito que investiga se o arguido cometeu ou não cometeu as infracções disciplinares.
    OU SEJA, se ele foi suspenso preventivamente (como parece), não foi reintegrado em lado nenhum. Está em casa enquanto não terminam as investigações.
    O que parece que aconteceu foi que, além disso, lhe fizeram cessar a comissão de serviço, o que implica que ele regresse ao posto de origem. Mas são coisas diferentes, sendo que a segunda, estando claramente ligada à conduta do professor, teoricamente não é uma sanção pela sua conduta.

    2- A Liberdade de Expressão implica que se possa dizer o que bem se entender, desde que com isso não se firam bens jurídicos de valor igual ou superior.
    Uma piada está claramente dentro dessas dimensões. No Estado Novo parece que eram consentidas bem mais liberdades do que agora. (Eu vi fotos com carros da queima das fitas nos anos 50 em que se dizia: "Oh Oliveira, dá-nos azeite").

    Desculpa, Pedro, mas ainda não conseguiste demonstrar-me, e o ónus da prova é teu, porque é que a liberdade de expressão deve ser limitada ou restringida neste particular. Nenhum outro direito se lhe opõe.
    Ainda para mais sabendo-se hoje que não se tratou de qualquer insulto mas tão só de uma graça.

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