Foi dada a voz ao Povo soberano e este expressou a ética social a que o Direito está adstrito. E o Povo decidiu que a vida do embrião até às 10 semanas não é merecedora de tutela.
Não posso fazer mais nada para além de respeitar a decisão. No fundo, a vida até às 10 semanas de gestação não é um bem jurídico socialmente tido como protegível. E o direito só serve para proteger os valores que a sociedade entende como tal.
A sociedade entendeu ainda que é direito da mulher, desde que o exerça até às 10 semanas de gravidez, não ser mãe.
Agora começa a minha luta. Entendo que o Pai deve ter exactamente o mesmo direito. Deve, desde que o diga até às 10 semanas de gravidez, ter o direito a não ser pai.
Uma vez exercido, uma de duas hipóteses: ou um aborto a pedido do pai, ou a admissibilidade de uma não perfilhação da criança.
A meu ver, e digo-o sem ironia, o princípio da igualdade exige-o.
A sociedade entendeu ainda que é direito da mulher, desde que o exerça até às 10 semanas de gravidez, não ser mãe.
Agora começa a minha luta. Entendo que o Pai deve ter exactamente o mesmo direito. Deve, desde que o diga até às 10 semanas de gravidez, ter o direito a não ser pai.
Uma vez exercido, uma de duas hipóteses: ou um aborto a pedido do pai, ou a admissibilidade de uma não perfilhação da criança.
A meu ver, e digo-o sem ironia, o princípio da igualdade exige-o.
eu fiquei satisfeita com o resultado do referendo, fiquei chateada com o resultado da abstenção.
ResponderEliminarmas concordo contigo, afonso: se a mulher tem a hipotese de decidir não ter a criança, o pai deve ter o direito de não a perfilhar...
Q. Afonso: que lógica tão retorcida.
ResponderEliminarEntão para ti, que a IVG é um mal, paga-se um mal com um mal?
Nada disso! O que se passa é que até às 10 semanas não se atende à vida do embrião mas apenas à vontade da mãe. Pois bem, que se atenda também à do pai. Sejamos coerentes: o embrião até às 10 semanas não é tutelado, pois a mera vontade da mãe é suficiente para o destruir.
ResponderEliminarSe assim é, que permitamos o mesmo para a vontade do pai. Não me parece nada retorcido...
bom seilá o q'dizer normalmente quando o pai em questão diz q'não quer e resolve pedir a mãe em q'stão queo tire e ela por sua vez decide pelo não,acaba arcando c/as responsabilidades sozinhas mesmo!!!...de qual quer forma so sou a fvor do aborto em casos extremos...como estuproetc...mas não sou contra a lei ...po diversos motivos
ResponderEliminarConcordo que a outra parte (o pai) deveria ter também que se pronunciar sobre a realização ou não do aborto, à excepção dos realizados por razões especiais: por doença da mãe, HIV, malformações, etc...(casos a tipificar). Excluo quaisquer tentativas de influenciar a decisão por pessoas externas e que não são afectadas pela decisão.
ResponderEliminarO pai da criança deveria ser também chamado a pronunciar-se sobre a suspensão da gravidez, desde que conhecido, mesmo no caso de filhos de relações extraconjugais.
Não deveria ser de uma decisão exclusiva da mãe, servindo o pai apenas para pagar uma pensão de alimentos no caso daquela decidir levar avante com a gravidez .
É sabido que no mundo actual cada vez há mais mulheres que decidem ser mães solteiras, pretendendo apenas um apoio monetário, por parte do pai da criança. Por vezes, chega a haver casamentos que duram poucos dias, apenas para facilitar o registo do pai da criança sem necessidade de uma prévia investigação da paternidade, dado que o marido é sempre o presumido pai; Quando a mãe não tem quaisquer dúvidas sobre a paternidade da criança nem isso é necessário: indica o pai e aguarda a investigação que dará o resultado inevitável.
Mas, há casos em que é notória a procura de uma promoção monetária e ou social, por parte da mãe, por via da criança, quando é filha de um pai com fartos recursos. É normal verem-se notícias nos jornais que levantam essa suspeita, mas provar a intenção prévia é impossível ou muito difícil. O pai é fácil e normalmente enganado e não tem possibilidade de o provar.
Planear o nascimento de uma criança com a intenção de vir a ser criada apenas por um dos seus progenitores é perfeitamente diabólico e ninguém quer saber se poderá causar trauma psicológico ao pai. Se for que se afogue em álcool ou noutra droga!
Mas, mesmo na óptica do interesse da criança, será que a educação mono parental é melhor para a criança do que a inserida num ambiente familiar, com o pai e a mãe presentes? Em casos especiais é preferível que assim seja. Aí prevalece "o mal menor" que tanto poderá estar no pai como na mãe, e alguns dramas acontecem quando não são detectados e corrigidos a tempo.
Mas antes de se avançar para um passo tão avançado haverá ainda muito que caminhar e não será tão cedo que será reconhecido ao pai qualquer direito de decisão sobre esta matéria.
Porém, saúdo o resultado do referendo. Foi um primeiro passo, pois era uma vergonha o que se passava em Portugal, com muito cínismo à mistura, porque toda a gente sabia que milhares de mulheres portuguesas abortavam anualmente, dentro ou fora do país, não obstante não haver mulheres detidas.
O povo português provou que evoluiu e que já está mais liberto do espartilho religioso que ainda comanda as suas decisões, impondo a sua moral mesmo aos não crentes.
Como diz o ditado: "Roma e Pavia não se fez num dia"