quinta-feira, 22 de setembro de 2005

O Tribunal e os outros

Já toda a gente sabe o efeito da T.V e de certas imagens. A novidade está no efeito de certas imagens no poder judicial, e mais especificamente, no seu relacionamento com os outros. Ninguém esquece o Juiz Rui Teixeira acompanhado por uma câmara de T.V. da SIC a subir o elevador da A.R; nem ninguém esquece o modo como foi noticiada a detenção do Major Valentim Loureiro, nem tão pouco a sua saída do Tribunal.
Do mesmo modo, as pessoas viram e não esqueceram todo o episódio Fátima Felgueiras (cidadã que, obviamente, se presume inocente). E é aqui que se impõe uma mudança na forma do Tribunal se relacionar com as pessoas e com os meios de comunicação social. Toda a gente "viu" a senhora fugir; toda a gente viu o seu Advogado dizer que em Portugal ainda havia resquícios salazarentos na justiça; toda a gente viu a intervenção do P.R. provocada por aquelas declarações; e foram estas pessoas todas que, a propósito do processo Casa Pia, Apito Dourado e outros, aprenderam que um dos pressupostos da prisão preventiva é o perigo de fuga (não há pessoa na rua que não o saiba).
É pois, natural, que estas pessoas achem que "alguém anda a gozar com a justiça" pois, no caso da Fátima Felgueiras, o perigo de fuga é mais que real!!
Ora, será que custava assim tanto ao Tribunal explicar que, por força da lei eleitoral, não pode ser aplicada aos candidatos a órgãos autárquicos a prisão preventiva??
Certamente, que toda a gente também ia ver...

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