quinta-feira, 26 de abril de 2007

Burocracia e mais burocracia.

Recebo hoje uma carta da Segurança Social a chamar-me tudo, desde criminoso a burlão. É que os senhores dizem que nem um cêntimo eu descontei para a Segurança Social desde Maio de 2004, pelo que a minha dívida está bonita.
Depois da incredulidade, lá fui passar a tarde na companhia das senhoras da segurança social. Tenho que ser eu a provar que descontei. Lá voltei a casa, mergulhar-me em papéis, para encontrar documentos comprovativos dos descontos. Não deixa de ser um bocado esquizofrénico que a Segurança Social, a quem se deixa as economias, perca o registo dos descontos e que tenha de ser o pobre do contribuinte a provar que sim, que eles lá têm o dinheiro que é nosso. Mas adiante...
O problema começa a partir do momento em que passei a descontar para outro sistema de protecção social, igualmente público, pertencente ao mesmo Estado (Caixa Geral de Aposentações). Aí o caso já é mais grave. É que eles não podem entrar em contacto com a CGA, tenho de ser eu.
Tentativa n.º 2: recibos de vencimento onde se diz que o meu empregador entrega X à CGA? Não pode ser... É que nada garante à Segurança Social (do Estado) que o meu empregador (o Estado) entregou X à CGA (que, veja-se, também é do Estado). Então o que é preciso? Uma declaração do meu empregador!
Ia caindo. Então um recibo de vencimento não prova. Mas se for uma folha passada pelo empregador, aí sim, já se faz a prova.
Pode ser a SS a pedir, já que é tudo do Estado? Não. Claro que não. Tenho de ser eu, que até nem tinha nada que fazer...
Um dia gostava de viver num país onde estes disparates não acontecessem. Onde, sei lá, eles cruzassem os dados todos do Estado. Mas não. A saga burocrática mantém-se...

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