sábado, 14 de abril de 2007

Afinal há mais por explicar...

Quando parecia já tudo esclarecido, parece que a atribulada vida académica de Sócrates tem mais surpresas... Hoje os jornais são ricos em novos dados.

1. Dois diplomas para o mesmo curso??? Sua Excelência, o Primeiro-Ministro, tem dois diplomas diferentes para o mesmo curso. Um, passado em Agosto, a uma quarta-feira, que ele entregou na Câmara da Covilhã; outro, emitido em Setembro, no célebre domingo, que mostrou na RTP e tem utilizado como bom.
Quando vi a notícia, pensei que fosse verdadeiramente maldosa. De facto, eu também tenho dois certificados de licenciatura: um que pedi quando acabei o curso em Junho, o outro quando fiz melhoria de notas, porque tinha uma média melhor.
Mas não. O diploma novo é estranhíssimo. Algumas notas são melhores mas outras são muito piores! Em um mês nenhuma nota está igual, tendo umas sido subidas e outras descidas. Bizarro, não?
Mas ainda há mais: no primeiro certificado de licenciatura, aparecem como concluídas na UNI cadeiras que parecem ter sido feitas no ISEC ou no ISEL, que foram rapidamente apagadas no segundo. Mas porquê? Como se explica isto?
Não estou a insinuar nada, mas gostava MUITO de perceber...

2. A saga na Universidade Lusíada: Sócrates garantiu na RTP que nunca tinha frequentado qualquer outra universidade privada que não a independente. Pois é, pelos vistos esqueceu-se que esteve 3 anos na Lusíada inscrito em Direito sem que tivesse feito qualquer cadeira.
Porque escondeu esta informação?

3. Arouca não era reitor: Quem aprovou o tal plano especial de equivalências sem que, como dispunha a lei, fosse apresentado qualquer prova das cadeiras feitas no ISEL foi Luís Arouca, assinalado como Reitor da UNI. Ora, afinal Arouca não era Reitor, sendo que o Reitor à época se escusa a explicar porque não foi ele (como manda a lei) a aprovar o plano de equivalências...

Mais dúvidas, só dúvidas....

2 comentários:

  1. De acordo. Existem dúvidas, mas porque é que o aluno José Sócrates tem que explicar porque é que os certificados da universidade têm notas e datas díspares? Porque tem ele de explicar que o professor da cadeira x foi A em vez de B? Porque tem de explicar quem foi que fez assinatura do seu plano de equivalência? São tudo questões a colocar à UI. Então se há erros de secretaria (e há-os em todo o lado), que culpa têm os alunos?
    A minha questão com toda esta história é mesmo isso. As dúvidas que existem, estão a ser propositadamente dirigidas para a entidade errada (sim, porque o que está em questão é a pessoa enquanto 1.º Ministro e não como aluno).
    Ele se calhar não mencionou os 3 anos na Lusíada, porque não fez nada lá. Não? Porque haveria de mencionar?
    Em relação ao plano de equivalências, a lei diz o que diz mas na prática não funciona assim. As transferências de curso e/ou universidade ocorrem em Agosto (no meu tempo era, agora não sei). Em Julho os launos fazem exames, cujas notas só serão lançadas em Agosto ou Setembro. Ou seja, quando se trata do processo não estão em posse dos certificados. O que se faz, é a universidade avançar com o processo de transferência, ficando o sucesso do mesmo, dependente do certificado a apresentar pelo aluno. E só aí, é que as equivalências são certificadas. Antes disso, os possíveis planos de equivalências que existem, não passam disso mesmo (e não têm qualquer valor legal). É isso que acontece e foi isso que se passou com ele (e com os milhares de alunos que pedem transferências).
    Mas eu bem sei que a história não fica por aqui. E essa coisa de estar guardada 2 anos. Está bem, está. Um furo jornalístico não se guarda. Publica-se e mostra-se. Uma história, que bem contada e montada pode parecer um furo jornalístico, guarda-se para melhor oportunidade.
    Continuo a dizer: isto espremido dá que existe um universidade que não tem condições para leccionar. Mais nada.

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  2. Por uma simples razão: porque não podemos ser ingénuos e ver que a má administração aconteceu aqui "porque sim". Há que indagar o que está por trás dela.
    No fundo, temos um governante que estuda na Uni. Saber se esta má administração teve a ver com os poderes que este tinha é precisamente o que está em causa.

    Mas não é só!
    Gostava de saber a razão de antes de ser licenciado se assumir como tal no Parlamento. Isso é mais do que influenciar uma universidade privada com o poder; isso é passar-se por aquilo que não é.
    E "criar" uma pós-graduação que afinal é um curso de 4 dias parece-me exactamente a mesma coisa. Tal como garantir que nunca esteve matriculado em outra Univ. privada e afinal... 3 anos na Lusíada.

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