quarta-feira, 23 de agosto de 2006

E eis que a Amnistia Internacional se pronuncia

Como a formação da opinião de cada um é fruto, não só da recolha de dados em primeira mão, mas tambem de opiniões emitidas por terceiros conhecedores da matéria, aqui fica um link para o relatório hoje publicado pela Amnistia Internacional sobre o conflito que, durante 34 dias, assolou o sul do Líbano.
Penso que não estrago a leitura de ninguém se adiantar que não é nada simpático para Israel...

http://web.amnesty.org/library/Index/ENGMDE180072006

Ficamos a aguardar o relatório sobre a actuação do Hezbollah que esta organização já prometeu emitir brevemente.

4 comentários:

  1. Fico à espera do teu link aqui nessa altura, então.

    Quanto a mim, este relatório parte de um erro: considera a acção de Israel isoladamente, o que não se pode fazer. Deve confrontar-se a sua acção com os 40 anos de terrorismo que têm sofrido a partir do sul do Líbano e compreender-se à luz dessa realidade.

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  2. Honestamente, não podia discordar mais.
    Esse é, aliás, o grande problema de todo o conflito: todos justificam os erros e os ataques de hoje com o passado.
    Até admito que possamos pegar nisso para formar opinião sobre a decisão de iniciar, ou não, esta guerra. Agora, acho que análise da forma como a guerra foi conduzida, o tipo de alvos que foram destruídos, etc, não deve ser justificada com esse passado (quando muito poderemos dar algum desconto).
    A verdade é que Israel se quis apresentar como uma nação que se defende de um movimento terrorista para-militar que domina o sul do Líbano.
    Esta parte até acho que corresponde à verdade (se bem que o ataque teve elementos de limpeza preventiva).
    O problema é que quis "vender" ao mundo que apenas atacava o Hezbollah e que não feria civis, que apenas atacava alvos militares. Em suma, que fazia uma "guerra limpa". Isto porque só assim podia procurar a tolerância do resto do mundo.
    O que este relatório vem dizer é que a guerra movida por Israel ao Hezbollah não foi, nem por sombras, tão limpa como eles gostariam.

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  3. E eu, como sempre, não poderia discordar mais.
    Nada pode ser compreendido desligado da sua circunstância. Senão, como compreenderíamos a existência de figuras como a legítima defesa ou a acção directa?
    Ora, o exercício desenvolvido por Israel no sul do Líbano foi precisamente isso: legítima defesa. No máximo, legítima defesa preventiva. Tratou-se de poupar vidas que dia a dia sao dizimandas em nome de um fanatismo religioso injustificável do lado islâmico.
    Não consigo entender que tem isto de condenável. Defender vidas e a segurança é precisamente uma função do Estado. E se o Estado do Líbano não consegue controlar os grupos terroristas do seu território, cabe ao Estado das pessoas que são martirizadas diariamente...

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  4. O que acabaste de dizer foi que o fim justifica os meios. Não disse nada sobre a legitimidade de Israel para tentar eliminar a ameaça que o Hezbollah representa.
    O que estamos a discutir é a forma como actuou.
    E, quanto a mim, não foi tão cuidadoso como devia. Bombardear estações de tratamento de água, centrais eléctricas, escolas, hospitais, e outros alvos sem aparente valor militar quanto a mim é condenável. Admito que o Hezbollah usasse alguns desses locais para guardar armas, mas não seriam todos certamente. Até porque, como hoje já sabemos, foram confundidos traços das infraestruturas com traços de armamentos.
    O que eu quero dizer é que há muitas maneiras de atingir um determinado objectivo. Mesmo que se ache a obtenção desse objectivo legítima, podemos discordar da forma como ele é obtido. E podemos fazê-lo sem olhar às causas.
    Aliás, como já disse antes, acho que esse é o principal problema detes conflito. Todos justificam as suas acções com ataques do passado.

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