quinta-feira, 21 de julho de 2005

Governo de Sócrates

Expliquem-me isto que eu não estou a perceber: como é que alguém aceita a pasta das Finanças e pede a demissão passados quatro meses?
Se o ex-ministro Campos e Cunha saiu pelo próprio pé, fica a ideia que aceitou uma pasta obviamente muito difícil de conduzir e que lhe traria muitos dissabores de ânimo leve. Ideia que é, aliás, reforçada pela necessidade que sentiu de fazer publicar um artigo de opinião num jornal de grande tiragem.
(O que é outra coisa que não percebo. Um ministro não escreve artigos de opinião. Se tem algo a dizer, elabora ou manda elaborar um comunicado ou faz uma conferência de imprensa. Artigos de opinião escrevem os comentadores.)
Se sai pela mão de José Sócrates, fica a ideia que este homem, que tinha a vantagem de não ser um verdadeiro político mas mais um técnico, foi "corrido" porque levantava demasiados obstáculos às ideias de Sócrates. O que também é mau pois é precisamente essa (pelo menos em meu entendimento) a função de um ministro das Finanças. Especialmente nestes tempos de obsessão com o orçamento.
Seja qual for a explicação, parece-me incontornável que o Governo não sai bem na pelingrafia.

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