terça-feira, 10 de julho de 2007

Demasiado grave para que não seja conhecido

MEDEL em Vigilância Ilegal por parte do SISMI, Itália"Através da Resolução do Conselho Superior da Magistratura Italiano (Consiglio Superiore della Magistratura) de 4 de Julho de 2007, tomámos conhecimento que a Associação MEDEL – Magistrats européens pour la démocratie et les libertés – e muitos dos Juízes e Procuradores que participam nas suas actividades, têm sido objecto de investigação ilegítima e actividades de espionagem por parte dos Serviços Italianos de Segurança e Inteligência Militar (SISMI).
Esta ingerência manifestou-se através de acesso ilegal à lista de e-mails, usada pelos membros da MEDEL unicamente com o propósito de discutir as actividades da Associação, mas também através de relatórios fraudulentos e difamatórios respeitantes a alegadas actividades políticas da Associação e dos seus membros.Como presidente da MEDEL oponho-me totalmente ao uso, por parte de um Serviço de Inteligência, de métodos não conformes com a democracia e o legítimo exercício da liberdade de associação.
A MEDEL, Associação de Juízes e Procuradores Europeus, através das suas actividades culturais e das suas relações próximas com várias organizações Internacionais tais como, a Comissão Europeia, o Conselho da Europa, Associações de Advogados Europeias e Associações de Juízes e Procuradores de África e da América Latina, tem no passado e continuará, no futuro, a prosseguir o seu objectivo de contribuir para o fortalecimento da independência da Justiça e a protecção dos direitos fundamentais do cidadão.
Tendo em atenção os factos relatados, iremos tomar, num futuro próximo, medidas apropriadas para proteger a nossa autonomia e credibilidade.MEDEL – Magistrats européens pour la démocratie et les libertésO PresidenteMiguel Carmona Ruano"
Nota: A Associação Sindical dos Juízes Portugueses e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público são membros da MEDEL

via http://blogsinedie.blogspot.com/

4 comentários:

  1. Pois... Mas como em tudo, há sempre dois lados da mesma história. E o outro lado pode não coincidir com este.

    ResponderEliminar
  2. Afonso, não percebi.
    Que outro lado pode haver?

    ResponderEliminar
  3. Os serviços de informações são factor importantíssimo e indispensável na manutenção da segurança interna e externa, combatendo eficazmente o terrorismo, a máfia, e as demais ameaças hoje existentes à liberdade.

    A ser verdade que a associação sindical de magistrados italiana está a ser investigada, através da consulta (devidamente autorizada por um juiz) às comunicações existentes naquela organização, pode existir mais que uma condenável ingerência na privacidade e nas actividades da organização.
    Pode ser um mecanismo de recolha de informações necessárias à prevenção de violações à liberdade de todos. Suponhamos, por exemplo, a suspeita de controlo da máfia nessa organização.
    É que não há fumo sem fogo. Eu conheço o sistema de informações italiano que permite (ao contrário do nosso) aos serviços de informações a ingerência nas comunicações apenas quando tal tenha sido aprovado por um juiz superior.

    Não me parece que tal aprovação esteja desprovida de razões.
    Por isso digo: há sempre lugar a mais que uma versão. Pode ser grave o que denuncias. Mas pode não ser.

    ResponderEliminar
  4. Afonso, certamente não leste com atenção a notícia: é que fala-se ali em ingerência ilícita, isto é, não autorizada por Juiz nas comunicações.
    Com certeza que os juízes não estão acima de suspeitas e que também quanto a eles pode haver lugar à compressão de DF.
    Mas, certamente, que apenas legalmente autorizada e com a parcimónia que exige o facto - que é um pilar da democracia e da separação de poderes - de serem titulares de órgãos de soberania a quem compete dirimir interesses altamente conflituantes com outros.

    ResponderEliminar