Na minha opinião, a enorme votação em Alegre, para além de tudo o mais, revelou que a sociedade civil portuguesa estava receptiva (e, em alguns sectores, até desejosa) a movimentos e iniciativas que não estivessem dependentes do partidos, que não fossem por eles geridas, e que tivessem, aliás, uma postura um pouco "contra o sistema".
Aparentemente, há mais pessoas a pensar assim já que, de acordo com o Público, "os apoiantes da candidatura presidencial de Manuel Alegre vão reunir-se sábado, em Lisboa, para discutir os resultados das presidenciais e analisar a possibilidade de lançar um movimento ou associação de cidadãos".
Pela minha parte, parece-me uma oportunidade única para introduzir novos contributos no sistema político português, para alterar um pouco a sua dinâmica, no fundo, para ver se a relação dos portugueses com a política muda.
Algo que, na minha óptica, só mudará quando lhes for pedida uma maior intervenção no governo dos destinos deste país.
Espero, sinceramente, que não deixem passar esta oportunidade, porque não há dúvidas que a política portuguesa necessita disso.
Esperemos para ver...
Absolutamente de acordo! Os portugueses estão cansados das mesquinhices que muitas vezes os partidos demonstram. Tal foi aflorado nas "noites liberais", prelecções sobre política, economia, direito por personalidades de centro-direita que, por qualquer razão, sempre recusaram ingressar num partido político.
ResponderEliminarAgora o movimento de Manuel Alegre: uma grande vitória da cidadania.
Contudo, não podemos ainda acreditar que o "fenómeno Alegre" se deveu exclusivamente a um movimento cívico. Alegre foi "criado" por um partido político, às custas de quem tem vivido desde 1975. Repare-se que a profissão de Alegre é político poeta...
Mas é um sinal do bom caminho. Os partidos são necessários, mas não são a única forma de participação da democracia.
Concordo convosco.
ResponderEliminarE digo que muitas vezes quando me perguntam para que servem as Jotas, respondo que é uma maneira de tentar fazer algo de bom, um local de discussão, de tertúlia, e de acção política. É verdade que é dentro de um Partido mas já é qualquer coisa. E tal como defendo a existência das Jotas também defendo que um jovem para intervir não tem de se filiar, muito pelo contrário, há múltiplas maneiras de agir sem ser dentro dos partidos políticos. Este movimento de Manuel Alegre é uma prova disso mesmo.
Espero sinceramente que não entrem pelo caminho de um novo Partido, creio que não cairão nessa esparrela. É muito mais útil uma livre opinião e força vinda do exterior dos partidos do que mais um partido "à Manuel Monteiro" que nada trouxe de novo.
A participação democrática de todos é essencial e até o que voces fazem aqui também o é, e este é só um exemplo.
Aliás, o mundo da blogosfera tem contribuído de sobremaneira para q
muitas pessoas intervenham ou dêem a sua opinião e isso é salutar.
ResponderEliminarPedro Roque said...
ResponderEliminarÀ primeira vista, as coisas estão bem encaminhadas:
http://sic.sapo.pt/online/noticias/
pais/20060128_Movimento+civico.htm
Não cometeram o erro crasso de criar um partido e apresentam-se com uma postura pluralista e transversal.
De acordo com as notícias, o movimento será "orientado para a discussão dos grandes temas" do "contrato presidencial" com que Manuel Alegre se candidatou a Belém, no qual se incluem assuntos como a justiça a desertificação do território, a igualdade de género ou a corrupção.
Estou muito curioso para ver o que vai sair daqui.