Devo confessar que sou um acérrimo opositor das chamadas directas.
Por um lado, porque retiram interesse aos Congressos que, pelo mediatismo que tinham, dão mais visibilidade ao partido que um milhão de comícios.
Por outro lado, porque sem escolhas do líder em Congresso, o líder deixa de ser eleito pelo partido nacionalmente considerado e passa a ser por uma região do país.
Passo a explicar: toda a gente sabe que o CDS tem apoiantes no Norte do país, sendo muito menor a proporção de filiados no Alentejo e Algarve. Ora, se a eleição for directa, estamos a dar um voto a cada membro do partido: vamos ter uma percentagem enorme da votação para a região norte. O líder é escolhido pelo norte.
Se, pelo contrário, o presidente do partido for eleito em Congresso, a proporção de delegados não tem uma disparidade tão grande: dá-se proporção nacional à escolha do presidente do partido.
Com as directas, que infelizmente passaram a ser a regra desde a revisão estatutária de 2005, o CDS tem propensão a tornar-se um partido de foro regional e não nacional. E quando isso acontecer, perde o seu lugar nos partidos do "arco da governabilidade".
Penso, por isso, que sendo óbvio o regresso de Paulo Portas à liderança do CDS, seria mais proveitoso para o partido que antes da eleição do líder se realizasse um Congresso, com debates acesos entre Ribeiro e Castro e Paulo Portas, directos em todas as televisões, e onde fossem discutidas questões importantes para o partido, como a posição a tomar no seio da Câmara Municipal de Lisboa.
Mas isso sou eu... a ver vamos o que acontece...
Gostei muito de o ouvir. Estou optimista quanto ao futuro!
ResponderEliminarHoje à noite é a resposta de Ribeiro e Castro e veremos se aceita a proposta de Portas ou convoca um congresso antecipado!