Gostei. Foi genuíno e foi a cara de um "bom" CDS, mostrando as ideias que fazem do CDS um partido político diferente. Foi moderado e contido nos ataques a Portas. Foi sincero e honesto quando apreciou a situação do partido. Foi consequente quando analisou a situação do partido e demonstrou com clareza o que aconteceu na ligação entre a direcção do CDS e o seu grupo parlamentar. Admitiu os erros e mostrou humildade.
Aliás, a entrevista, do ponto de vista do conteúdo, mostrou um líder melhor do que Portas.
Mas Ribeiro e Castro falha onde sempre falhou e contra isso nada há a fazer: a imagem e o tom. Face a Portas, que tem um discurso pausado, ponderado, acertivo e sem medo, Ribeiro e Castro deixa que o conteúdo do seu discurso, que é melhor que o de Portas, se perca numa forma atabalhoada de falar, no uso de expressões coloquiais, numa imagem menos cuidada.
A Ribeiro e Castro falta um bocadinho da vertente de "político", que Portas tem de sobra. Um político como Portas aliado ao conteúdo das ideias de Ribeiro e Castro seria o presidente que o CDS precisava.
Não sendo possível, parece-me preferível (mas posso vir a mudar de ideias) a presidência de Paulo Portas, que tem o condão de fazer crescer o Partido, evitando assim que, numa crise qualquer que venha a suceder, apareça um Manuel Monteiro qualquer que puxe o CDS para a extrema direita, afastando os verdadeiros centristas.