sexta-feira, 31 de março de 2006

Desabafo

AAARRGGGGGHHH!!!!

Quem me conhece e sabe o período que atravesso, percebeu o que eu quis dizer.
Às vezes um gajo tem de aliviar a alma para não lhe dar uma coisa, pegar numa espingarda e desatar a ceifar pessoas em plena Baixa de Lisboa.
É só um exemplo. Não estou a falar nisso porque já me tivesse passado pela cabeça, ou porque já tivesse andado a ver os melhores sítios para executar esse plan.... Como disse, foi só um exemplo, algo hipotético.
Acima de tudo temos de nos conseguir rir. Especialmente de nós próprios. De outro modo, estamos verdadeiramente perdidos...

Combater o stress com uma viagem ao passado

Vamos fazer um pequeno exercício para libertar o stress:
Passo n.º 1: Fechar os olhos (só depois de ler a instruções até ao fim, como é óbvio);
Passo n.º 2: Recordar aqueles momentos da nossa infância em que vibrávamos com as aventuras de personagens de televisão como o He-Man, a Abelha-Maia, a Heidi, o Macgyver ou os corajosos detectives da Duarte e Companhia;
Passo n.º 3: Abrir os olhos e ligar as colunas com o volume no máximo (indicação especialmente importante para quem decidir realizar este exercício no local de trabalho);
Passo n.º 4: Aceder ao site www.misteriojuvenil.com e pôr a tocar um daqueles ficheiros (estão na secção de capazes das "séries e filmes") capazes de fazer o chefe ficar com aquele olhar nostálgico e a dizer "já não ouvia isso há tanto tempo".
Depois diga-me se ajudou. Lol!

quarta-feira, 29 de março de 2006

E o cidadão?

Não entendo este PS: reduziu as vagas de acesso à magistratura de 140 para 100.
Alegadamente tal deveu-se a duas ordens de razões:
1.ª - Financeira: é caro formar e ter mais juízes;
2.ª - Logística: baseando-se em estudos imaginários, comparações demagógicas com Espanha e em tentativas de influenciar a opinião pública através de aurautos com desconhecidas ligações à área da Justiça (como, ouvi, por exemplo, na TSF José Lello já a preparar adecisão de redução das vagas) invocou-se: HÁ JUIZES A MAIS!
Pois é. O que não se percebe agora é porque é que em pouco mais de 30 dias Público e DN noticiam que, afinal, há falta de juízes.
Mas, mais incompreensível ainda é esta história de a falta de magistrados do Ministério Público estar a ser suprida por recurso a licenciados a Direito, que não passaram pelo CEJ e cuja experiência e aptidão técnica para o exercício de tais funções passou pelo simples crivo de uma entrevista com o Procurador Geral Distrital (há algum cidadão que compreenda isto??). Bom, como se calcula que essas pessoas não trabalham de graça, é forçoso concluir que não são verdadeiras razões financeiras que presidiram à decisão de diminuir as vagas. Voltamos, por isso, à teoria da conspiração…
Esperemos então que o Desembargador F. Martins agora eleito para a Associação Sindical de Juízes chame a atenção para estas “coisinhas” e cumpra o que o ouvi dizer: o Governo não é, nem pode ser, o único interlocutor dos magistrados. Há mais vida para além do Governo PS!

terça-feira, 28 de março de 2006

terça-feira, 21 de março de 2006

Conselho de Estado

Não está, obviamente, em causa a legitimidade política das escolhas do Presidente Cavaco para o Conselho de Estado, mas impressiona a "expulsão" de um representante do P.C.P. e até as escolhas de destacados militantes do PSD. É certo que o Presidente Sampaio não atribuiu ao CDS-PP direito de voto naquele Conselho, mas ainda assim, a verdade é que estava lá representado.
O presidente Sampaio convidou uma Bastonária da Ordem dos Advogados, um I. Advogado e outras personalidades cujo contributo para a vida democrática do País advinha essencialmente das sua actividade profissional. O presidente Cavaco convidou 3 destacados militantes do PSD conhecidos da generalidade dos cidadãos por isso mesmo: serem profissionais da política.

quinta-feira, 9 de março de 2006

Sic transit gloria tribunalis...

Recentemente tomei conhecimento de algumas situações absolutamente surreais nos nossos Tribunais e não consigo deixar de as partilhar com todos aqueles que tiverem paciência para as ouvir (ou ler).

No mês passado deram-me a ler uma contestação apresentada num processo que se encontra a correr termos no Tribunal da Pequena Instância Cível de Lisboa. Se eu disser que era a contestação de uma injunção apresentada no ano 2000 provavelmente a maior parte dos meus colegas não ficará muito espantada. É mau, mas (infelizmente) não é surpreendente.
O que me espantou foi o carimbo aposto pelo Tribunal nessa contestação: Junho de 2002!!
Ou seja, a Secretaria-Geral de Injunções demorou dois anos a citar a Requerida (o que, por vezes se justifica, dadas as dificuldades de encontrar a Requerida), e depois de esta dar entrada da sua contestação, demorou quatro anos a notificar o mandatário do Requerente do teor da mesma. Ainda bem que este mecanismo foi criado para acelerar o desenrolar do processo.
A outra situação inacreditável diz respeito a um processo que deu entrada em Tribunal em 2000 (ano amaldiçoado, pelos vistos). O Réu foi citado pouco tempo depois, tendo contestado oportunamente a pretenção do Autor. Como a maior parte de nós sabe, nesta altura do campeonato nada mais resta a qualquer das partes a não ser esperar que o Juiz pegue no processo e lhe dê andamento (nomeadamente proferindo despacho saneador).
Ora, neste caso em particular, a espera durou seis anos. Efectivamente, só no mês passado chegou a notificação do despacho onde o Juiz do processo determinou a remessa dos autos para o Tribunal Judicial de Viseu com fundamento na incompetência territorial do Tribunal da Pequena Instância Cível de Lisboa.
Sem comentários...
Para quem tenha curiosidade de conhecer mais alguns casos deste tipo, aqui fica o link para a galeria dos horrores da Ordem dos Advogados:
É certo que estas situações estão (provavelmente) relacionadas com falta de meios e pessoal. Mas, infelizmente, continuam a surgir outras derivadas de níveis de incompetência que, quero acreditar, são absolutamente excepcionais.
É o caso de um despacho proferido por um Juiz do Tribunal da Covilhã onde este afirma que, apesar de a Lei determinar o contrário, deve ser observado o costume que existe nessa comarca que faz com que cada Procurador do M.P. trabalhe com um Juiz específico, não havendo verdadeira distribuição dos processos.
Felizmente isto é apenas uma pequena parte do cenário judicial português. Felizmente a prática judiciária fornece-nos, diariamente, exemplos de profissionais dispostos a sacrificar o seu tempo, a sua energia e o seu dinheiro para prestar um serviço (público) melhor e mais diligente.
Como é o caso de um Juiz do Tribunal do Trabalho de Lisboa que decidiu comprar um ar-condicionado para evitar que os funcionários da sua secção fossem "cozinhados vivos" no Verão.
Ou do Juiz que começou a trabalhar às cinco da madrugada para ter a resposta aos quesitos pronta a tempo e ainda tem energia para ordenar uma inspecção judicial (algo que muitas vezes não ocorre em processos onde é evidente a sua necessidade) para, de fita métrica em punho, ir averiguar as efectivas condições da via onde ocorreu um determinado acidente de viação.
Mas não há razão para alarme. O nosso Ministro da Justiça está atento a todas estas situações. E, estou certo, tem soluções para todas elas. Ou não...