terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Dois pesos e duas medidas

Tem graça:
1. Não me lembro de grande indignação por parte de alguns que agora estão histéricos quando saltaram para as páginas dos jornais conversas telefónicas entre o Ferro Rodrigues e o António Costa, por exemplo;
2. Também não me lembro de ninguém ter sequer sugerido que se irrompesse pelo "Expresso" adentro e se apreendesse computadores de quem publicou conversas telefónicas de pessoas que nem suspeitos, nem arguidos eram.
Qual é a diferença?

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

As buscas ao 24Horas

Finalmente!
Depois de muitos anos instalada a impunidade dos jornalistas no crime de violação do segredo de justiça, afinal parece que estes também podem ser investigados.
Finalmente, há diligências tendentes à descoberta da identidade dos violadores do segredo de justiça no caso Casa Pia, fundamental para assegurar quer o sucesso da investigação, quer a efectiva presunção de inocência dos arguidos.
Só não consigo entender é a perplexidade que alguns parecem ter, comparando as buscas à redacção de um jornal a processos anti-democráticos do Estado Novo. Cheguei até a ouvir um jornalista que, escandalizado, dizia: "O que vai suceder agora, é que as pessoas vão ter medo de contar os processos aos jornais!". E eu respondo: Pois ainda bem! É precisamente esse o objectivo!
Se os jornalistas cometem crimes vezes sem conta, muitas vezes comprometendo investigações criminais complexas e arruinando reputações, esses crimes têm de ser investigados e punidos. A função preventiva da pena deve existir!
E se para a correcta investigação é necessário recorrer a revistas e buscas, que se realizem. Veja-se que, de acordo com a comunicação social, a busca revestiu-se das formalidades exigidas para a busca em escritórios de Advogados, tendo sido presidida por um juiz, salvaguardando assim o sigilo profissional do jornalista (que, caso necessário, deve vir a ser quebrado nos termos do Código de Processo Penal).
Congratulo-me, pois, com a atitude do Ministério Público e dos restantes órgãos de polícia criminal, esperando sinceramente que sejam os culpados descobertos e exemplarmente punidos. Há que nascer a convicção generalizada que não se pode brincar com o segredo de justiça, atentos os valores em jogo.

Televisão em Portugal

Recentemente descobri uma entrevista dada por Felisbela Lopes, Professora de Jornalismo da Universidade do Minho, onde esta docente esclarece alguns aspectos da evolução da programação televisiva desde o aparecimento das televisões privadas em Portugal até à actualidade.
A entrevista tem especial interesse já que, para além de falar em aspectos da programação já mencionados neste blog, só depois de darmos esse "passo atrás" é que conseguimos analisar essa evolução de uma forma isenta e perceber se os nossos canais de televisão caminham na direcção correcta ou não.
Para quem quiser saber mais, aqui fica o link.

http://pontodeanalisesentrevistas.blogspot.com/

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Mecenato

Porque muitas vezes o Estado não consegue (ou não quer) assegurar a continuação e o desenvolvimento de certos projectos de enorme interesse cultural, social e ambiental, achei que devia divulgar este site:

http://mecenato.sapo.pt/

Aí qualquer um poderá contribuir para instituições tão nobres como a AMI, a APAV, a ACAPO, a Liga dos Bombeiros Portugueses, os Escoteiros, a Cruz Vermelha ou o Espaço T, e ainda recolher toda a informação necessária para ter os correspondentes benefícios fiscais.
Sei bem que estamos a passar um momento de intensa crise que afecta (quase) todos os portugueses, mas parece-me que é precisamente nesses momentos que a sobrevivência de tais projectos é mais importante.

sábado, 11 de fevereiro de 2006

Os cartoons da polémica

Depois de tanta polémica, de tantos protestos (dos quais resultaram várias fatalidades) e dos nervosos pedidos de desculpa do primeiro-ministro dinamarquês, eu não tinha outra hipótese. Tive de ir procurar os famosos cartoons.
E devo dizer que tal tarefa se revelou extraordinariamente difícil. Apesar de sempre ter ouvido falar em vários cartoons, apenas consegui encontrar estes dois.
A minha primeira reacção foi de profunda desilusão. Considerando as reacções que despoletou, eu esperava que Maomé fosse descrito como sendo o Anti-Cristo ou a encarnação de todo o mal.
Ainda assim compreendo que os membros da religião muçulmana considerem estas caricaturas de profundo mau gosto e, até, chocante. Afinal, estamos a falar do seu profeta, do portador da palavra sagrada, da mais alta figura da sua igreja.
O que me parece inaceitável é o ponto a que os protestos chegaram.
Ninguém discute o direito da comunidade muçulmana de se manifestar como entender (desde que o faça pacificamente) ou de fazer chover sobre o seu autor as mais variadas críticas.
Mas não há justificação possível para ameaçar de morte os dinamarqueses (muitos dos quais estão, de uma forma absolutamente admirável, a prestar auxílio às populações àrabes sem qualquer coimpensação), para ameaçar o ocidente com a eclosão da III Guerra Mundial, para atacar embaixadas ou para queimar bandeiras dinamarquesas.
E o pior de tudo foi a reacção dos governantes ocidentais que, influenciados por um injustificado sentimento de culpa relativamente às operações no Afeganistão e no Iraque e por um desejo de manter a paz (especialmente no seus próprios territórios internos) com esta força capaz de mobilizar milhões, apressaram-se a pedir desculpas e a assumir a responsabilidade por uma falta que, na verdade, não cometeram.
Esta é precisamente a oportunidade por que alguns esperavam para, capitalizando nos sacrifícios das massas menos instruídas e mais influenciáveis, tentar impor os seus valores ao ocidente.
Exemplo claro disso é a exigência (surreal) que o Hamas fez para mediar o conflito: um pedido formal de desculpas dos países ocidentais, acompanhado da aprovação de leis que restrinjam a liberdade de imprensa.
A simples sugestão de tal medida deveria ter feito soar alarmes nas mentes de todos nós.
Tudo isto adquire contornos ainda mais grotescos quando lemos nos jornais que "Foi só depois de um encontro da Organização da Conferência Islâmica que as caricaturas de Maomé publicadas num jornal dinamarquês se transformaram numa crise. As manifestações da ira muçulmana foram coordenadas por regimes interessados em travar pressões ocidentais para se democratizarem".
Parece-me evidente que não podemos perder de vista os valores que norteiam a nossa civilização e ceder a este tipo de chantagens.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Campanha brilhante

Caso algum publicitário se lembrasse disto e a Pepsi tivesse coragem de avançar com esta campanha seria uma das mais brilhantes da história da publicidade...