Depois de qualquer conflito armado em que haja inequívocos vencedores e vencidos, os vencedores sucumbem sempre à tentação de apresentar a sua versão da História como sendo a verdadeira.
O poder da "lavagem ao cérebro" realizada pelo sistema educativo do país vencedor, com ajuda muitas vezes de intelectuais supostamente imparciais, torna esta atitude especialmente perigosa, pois, como diz a velha máxima, "aqueles que se recusam a aprender com a história estão condenados a repeti-la".
Felizmente, a sociedade de informação tem dado um contributo inestimável para contrariar estas tentativas de distorção da realidade.
Exemplo desse contributo é visível a propósito dos 60 anos decorridos sobre os bombardeamentos de Hiroxima e Nagazaki.
Apesar de o governo americano ter tentado veicular a versão de que estes bombardeamentos foram perfeitamente justificados e que pouparam a vida de 5 milhões de americanos e de outros tantos japoneses, a verdade é que, mesmo entre os cidadãos dos EUA, esta versão simplesmente já não colhe.
Já não é possível ignorar as questões que têm sido levantadas relativamente a tal decisão:
- Porque é que as bombas foram lançadas em zonas habitacionais altamente povoadas e não em alvos militares (onde causariam menos baixas)?
- Porque foram lançadas sequer em zonas habitadas? A devastação provocada numa ilha desabitada não teria provocado o mesmo efeito?
- Porque é que se considerou necessário lançar duas bombas? A devastação provocada pela primeira não era suficiente para quebrar a vontade de lutar dos japoneses?
Não vou especular relativamente a um eventual objectivo oculto destes ataques (intimidar a URSS, por ex.), pois parece-me ir longe demais. Mas parece-me que fica claro para quem estude com "olhos de ver" que não era necessário matar tantos milhares de inocentes. Até porque os aliados tinham o tempo a correr a seu favor...
quarta-feira, 10 de agosto de 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário